Douglas Silva revê sua trajetória

Depois de integrar o elenco de ‘Cidade de Deus’, ator está em documentário que celebra 10 anos do longa

Semanalmente, além da gravação do “Esquenta”, Douglas Silva tem um compromisso religioso. Sem trocadilho. O ator, convertido à Igreja Renovação em Cristo, participa do culto promovido por sua sogra, Vanessa Silva, na casa de parentes, em Piedade, Rio. “É uma reunião familiar, um tempo para Deus, um horário para agradecer pelo que ele fez durante a semana. Aqui vem espírita, macumbeiro, católico”, explica o ator, que recebeu as equipes do documentário “Cidade de Deus – 10 Anos Depois” no local para mostrar o quanto é grato.

Uma década após sua estreia no cinema, aos 12 anos, como o Dadinho de “Cidade de Deus”, Douglas deixou de ser só mais um Silva. De lá para cá, o garoto criado na favela Kelson’s, na Penha, virou Acerola na série “Cidade do Homens” (2002), mudou-se para o Leblon, casou-se (com a nutricionista Carolina, de 22 anos), fez a novela “Caminho das Índias” (2009), entre outros trabalhos, até parar no elenco fixo do “Esquenta”. “O filme foi muito importante para mim. Ali, comecei a mostrar o meu trabalho”, conta ele, que, assim como o restante do elenco, terá sua trajetória retratada no longa de Cavi Borges e Luciano Vidigal.

O sucesso pós-filme mexeu com a vida de Douglas de uma forma que apenas a entrada na igreja, em 2006, acalmou, segundo o ator. “Dos 15 aos 17 anos, eu era um menino com dinheiro. Não tinha crença, bebia como gente grande”, confessa ele.

Na Zona Sul do Rio, também sentiu na pele o racismo. “Era frequente eu passar nas ruas e ouvir as pessoas travando as portas dos carros. Um dia, parei e falei: ‘Não vou roubar você, não’. Hoje, as pessoas me respeitam mais. Mas é muito triste um negro ter de ficar famoso para não sofrer com o racismo.”

 

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Fonte: Diáriosp 

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