É racismo, sim: ColourPop é obrigada a mudar nome de produto para pele negra

Em tempos de ativismo digital, as marcas precisam estar bem atentas ao tipo de mensagem que desejam passar a seus consumidores.

Do HuffPost Brasil

Nos últimos meses, a famosa label de maquiagem ColourPop não foi feliz nessa questão e sofreu com uma bem posicionada resposta das redes sociais.

Em junho, a marca lançou uma nova linha de bastões de contorno com 12 cores diferentes.

Os produtos de tons mais escuros receberam nomes que foram identificados pelas consumidoras como pejorativos – e que soavam basicamente racistas: ‘Yikes’ (uma gíria em inglês que pode ser equivalente ao nosso ‘caramba!’), ‘dume’ (algo como ‘burro’, em referência a pessoas que não conseguem mandar mensagens de texto sem erros simples) e ‘typo’ (erro de digitação, em português).

Não demorou para as consumidoras da marca repercutirem na internet os nomes dados aos produtos, e compararem com aqueles dados aos bastões de cores mais claras (Gummy Bear, Castle e Dove, por exemplo) – que não tinham conotação ofensiva.

“Se você não vê nada de errado com os nomes dos tons mais escuros da Colourpop, deixe de me seguir.”

if you don’t see anything wrong with the names of colourpop’s darker shades, unfollow lol pic.twitter.com/XaS5fQ9iCg

— ✨ (@FFSMADELAINE) 19 de setembro de 2016

 

Diante da repercussão negativa, ColourPop liberou um comunicado ao Buzzfeedpedindo desculpas às consumidores e agradecendo o feedback.

“Nós tomamos ações imediatas para mudar o nome das cores e rever o nosso processo de nomenclatura de produtos para garantir que isso não aconteça novamente.”

Agora, os mesmos produtos que tinham sido batizados com nomes negativos estão disponíveis no site da marca com novos títulos: Bloom (florescer), Point Dume (um ponto turístico conhecido em Malibu) e Platonic (platônico).

E viva o ativismo digital! ;)

 

 

+ sobre o tema

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...

Promotor é investigado por falar em júri que réu negro merecia “chibatadas”

Um promotor de Justiça do Rio Grande do Sul é...

para lembrar

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...

Promotor é investigado por falar em júri que réu negro merecia “chibatadas”

Um promotor de Justiça do Rio Grande do Sul é...
spot_imgspot_img

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro no pé. Ou melhor: é uma carga redobrada de combustível para fazer a máquina do racismo funcionar....

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a categoria racial coloured, mestiços que não eram nem brancos nem negros. Na prática, não tinham...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira (27) habeas corpus ao policial militar Fábio Anderson Pereira de Almeida, réu por assassinato de Guilherme Dias...