Em protesto contra o racismo policial, manifestantes são presos

Desde janeiro, policiais norte-americanos atiraram contra mais de 90 pessoas desarmadas

Do PCO

Os protestos contra a execução de jovens negros pela polícia dos EUA se multiplicaram no último período, tendo com um dos primeiros motivos a morte do Michael Brown, em agosto do ano passado, em Fergusson, Missouri.

Desde então, as notícias de negros sendo mortos por policiais começaram a ficar incontáveis. Casos e mais casos da polícia abrindo fogo contra jovens negros desarmados. E, o que esquentou ainda mais as manifestações, a total impunidade dos policiais envolvidos.

Os casos mais recentes são de um xerife, de Oklahoma, que matou um homem negro desarmado, o que foi gravado em um vídeo amador; o de Eric Harris, de 44 anos, executado em abril pelo assistente de xerife da delegacia do condado de Tulsa, que, cinicamente, disse ter achado que tinha sacado sua arma não letal Taser ao invés da pistola; e de um policial que aparece atirando várias vezes em um homem negro em North Charleston, Carolina do Sul.

Nesta semana, terça-feira, centenas de manifestantes marcharam em Nova York para denunciar as últimas mortes de negros atingidos por tiros de policiais brancos, em uma das 20 manifestações organizadas no país.

Os manifestantes de Nova York partiram da Union Square exibindo cartazes em que se podia ler “as vidas dos negros têm valor”, “chega de policiais assassinos”, dentre outros.

Os números divulgados pela imprensa burguesa nem chegam perto do que é denunciado pelos manifestantes. De acordo com a organização Stop Mass Incarceration Network, policiais norte-americanos atiraram contra mais de 90 pessoas desarmadas desde janeiro.

Na manifestação em Nova York, pelo menos 12 pessoas foram presas. “O motivo deste protesto aqui é que muitos estão sendo assassinados”, afirmou Nicholas Heyward à Reuters, cujo filho Nicholas Heyward Jr. foi executado aos 13 anos num abrigo público por um policial há 20 anos.

Heyward disse: “tenho lutado nos últimos 20 anos para que esse caso seja reaberto (…) é doloroso não apenas porque tenho que esperar, mas enquanto estou esperando, estou vendo constantemente vítimas inocentes sendo mortas a tiros na rua sem razão alguma”.

Muitas notícias afirmam que os Estados Unidos estão passando pela mesma situação que passou nos anos 1960/70, quando da luta dos negros por seus direitos civis. Não deixa de ser verdade.

A situação do negro nos EUA, especialmente depois da crise de 2008, se agravou consideravelmente. Serviços sociais praticamente não existem, houve o aumento de desemprego, moradores de rua, etc.

O regime capitalista, diante desses fatos, não consegue oferecer novas medidas paliativas para acalmar a população negra. Pelo contrário, as investidas da polícia mostram que foi aberto um novo período de perseguição ao negro nos Estados Unidos.

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