Este texto tem como objetivo teorizar a noção de quilombismo como uma ferramenta ideológica fundamental para a organização das geografias negras, não apenas como um território físico, mas psíquico, transatlântico e ancestral. O quilombismo é analisado a partir da perspectiva de Beatriz Nascimento, como uma visão feminina negra do território cujas metodologias de ação têm impacto na luta das comunidades periféricas, dos movimentos sociais negros e do feminismo negro. Dessa forma, analiso o quilombismo como uma ferramenta de luta diaspórica, atemporal e psíquica baseada em três disparadores organizacionais: a encruzilhada, a trincheira e o assentamento. Assim, se o quilombo é a cabeça da diáspora, o Orí (cabeça em iorubá), o quilombismo é o Ayé (terra em iorubá) em contato com o Orún (espaço espiritual em iorubá). Neste artigo, mostrarei que as encruzilhadas, as trincheiras e os assentamentos são espaços conhecidos pelas populações negras, e é a partir desse conhecimento – por meio do olhar da cosmologia negra – que analiso a transcendência do corpo, a força ancestral, a memória e o sagrado.
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