Por: ANGELA PINHO
Sem utilização da nota nos vestibulares da USP e da Unicamp, exame tem 170 mil participantes a menos em 2010
No geral do país, porém, Enem bate o terceiro recorde seguido de procura, com cerca de 4,6 milhões de inscritos
Após a USP e a Unicamp terem desistido de usar a nota do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) em seus processos seletivos deste ano, a participação dos alunos de São Paulo no exame caiu 17,5%.
No ano passado, 1.003.474 estudantes de todo o Estado se inscreveram para a prova. Neste ano, foram 827.818.
As duas universidades estaduais alegam que o Enem deste ano será realizado muito tarde, em 6 e 7 de novembro, o que impede que a nota no exame seja computada.
As instituições afirmam que isso não significa que em 2011 elas não vão utilizar a nota do exame.
Em 2008, a prova foi marcada para outubro, mas, após a descoberta de que originais haviam vazado, acabou adiada para o início de janeiro, o que levou as duas instituições a desistir de computar a nota do Enem.
As universidades estaduais são responsáveis por cerca de 80% das vagas públicas oferecidas no Estado de São Paulo, que tem a menor presença do país de universidades federais, considerando o número de alunos matriculados no ensino médio (antigo segundo grau).
Unesp, a outra estadual paulista, usará o desempenho do aluno no Enem no cálculo da nota na segunda fase de seu processo seletivo.
Para Tadeu Terra, do sistema de ensino COC, a queda no número de inscritos no Estado neste ano não tira a importância do exame.
“A tendência é que, na hora em que as datas sejam estabilizadas, as universidades de São Paulo voltem a usar o Enem. Mas isso vai depender muito do que o próximo governo propuser para a prova”, disse.
O Ministério da Educação disse ontem que não comentaria o número de inscritos no Enem por Estado.
Ao anunciar a data deste ano, o ministério justificou que a realização da prova em outubro seria mais difícil, já que dois dos finais de semana no mês serão ocupados por eleições.
NO PAÍS, FOI RECORDE
Se a adesão em todo o país for considerada, o exame teve neste ano o terceiro recorde seguido no número de inscritos: 4,6 milhões.
No ano passado, foram 4,4 milhões, mas o adiamento da prova depois que ela vazou acabou causando abstenção também recorde: 39,5%.
Fonte: Folha de S. Paulo