Engenheiro preso por suspeita de racismo nega ofensas, diz advogado

Fonte: G1 –

Segurança de escola afirma ter sido ofendido por homem na terça-feira.
Segundo a polícia, testemunhas confirmaram o ocorrido.

 

O engenheiro Alexandre Semenoff, preso na tarde de terça-feira (6) por suspeita de racismo contra o segurança de uma escola na Zona Sul de São Paulo, confirmou ter se envolvido em uma discussão com o homem, mas negou ter feito qualquer ofensa, seja ela de cunho racial ou não. A informação foi dada ao G1 pelo advogado do preso, Leonardo Watermann, na manhã desta quarta-feira (7).

 

“Ele fala categoricamente que não ofendeu ninguém. Ele admite que discutiu com o segurança da escola, com a qual ele já tinha problemas por causa do barulho, e diz que ele tentou intimidá-lo por causa desse histórico”, explicou o advogado. “Depois, foi para casa se trocar pois tinha o intuito de ir até a delegacia fazer um boletim de ocorrência. Mas foi surpreendido pela prisão.”

 

Watermann disse que o engenheiro já havia reclamado do barulho do estabelecimento de ensino outras vezes e que o ocorrido na tarde de terça foi um mal entendido. “Vou pedir a liberdade provisória hoje. Dificilmente ela não será concedida, pois não tem muito motivo manter presa uma pessoa que dificilmente será condenada e presa por esse crime, de pena pequena”, afirmou.

O segurança que fez as acusações de racismo, Delcio Joaquim Gonçalves, de 52 anos, contou à equipe da TV Globo sua versão para a briga. “Ele falou um monte de palavrão, continuou, foi para o meio da rua e fez gestos de preconceito comigo. Apontou o braço para mim, mexeu no braço dizendo que eu não valho nada, que minha cor não vale nada”.

 

A Polícia Militar foi chamada, e testemunhas confirmaram as ofensas. Todos foram levados para a delegacia, onde o engenheiro foi preso em flagrante por injúria racial. O crime é inafiançável, e se condenado pela Justiça, ele pode pegar uma pena de até três anos de prisão.

 

Para o diretor da escola, a prisão mostra que o preconceito independe da classe social. Segundo a Polícia Civil, o engenheiro deveria ser transferido para a carceragem do 40º Distrito Policial, na Vila Santa Maria, na Zona Norte, onde ficam presos com nível universitário, na manhã desta quarta.

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