Safety do Carolina Panthers manterá ação contra liga por provável boicote devido aos protestos durante o hino nacional
Do The Playoffs
O safety Eric Reid finalmente encontrou um novo time após participar dos protestos durante o hino nacional americano. E durante sua primeira entrevista coletiva como jogador do Carolina Panthers nesta segunda-feira (1), o defensor disse que continuará sua ação na justiça contra a NFL por conspiração e boicote, fora deixar claro que sua luta contra a injustiça social não acabou.
Vestindo uma camisa escrita “#IMWITHKAP” (“Eu estou com Kap”, em referência a Colin Kaepernick), Reid comentou que “não tem dúvidas” quanto manter o caso judicial contra a liga e que ainda está considerando outras formas de protestar ao invés de se ajoelhar durante o hino nacional, como ele e o ex-quarterback dos 49ers faziam enquanto os dois ainda jogavam em San Francisco em 2016.
Em maio, a NFLPA entrou com uma queixa contra a NFL em nome de Reid, alegando que os donos da equipe e a liga, influenciados pelo presidente Donald Trump, conspiraram para impedir que ele fosse contratado por causa de seus protestos. Kaepernick, que apresentou uma queixa semelhante em outubro de 2017, permanece sem time.
“Quero dizer que eu ainda sinto essas emoções (contra injustiças sociais) várias e várias vezes”, explicou o defensor. “Você não pode viver em sua própria casa na América sem ser morto. É poderoso. Eu continuarei falando pelo meu povo”.
O safety também avaliou que seu retorno à NFL foi mais rápido do que ele esperava. Ele se recusou a pensar muito sobre isso ou outros aspectos em torno de seus protestos porque essas circunstâncias têm a ver somente com ele. “Quando recebi a ligação, tinha acabado de terminar meus treinos. Então eu pensei ‘OK, isso é surpreendente’”.
O jogador de 26 anos disse que os Panthers não perguntaram se ele iria protestar durante o hino nacional até depois dele assinar o seu contrato. Ele também afirmou que não está preocupado com a reação dos fãs da franquia quando ele entrar em campo, já que durante um jogo de 2016, ele e Kaep se ajoelharam pela primeira vez em como forma de reclamação sobre as ações vividas no país contra os negros.
Eric Reid assinou um contrato de um ano e no valor de até US$ 2 milhões, fora alguns incentivos. O agora camisa 25 irá substituir o veterano Da’Norris Searcy, que recentemente foi colocado injury reserve após sofrer sua segunda concussão em um mês.
Com a nova chance, o defensive back diz que está feliz por estar de volta a liga e deixou claro que se sente mais forte do que nunca na questão do empoderamento que o levou a protestar. “Vou colocar dessa maneira: o próximo ano será 2019. Vai marcar 400 anos desde que o primeiro escravo tocou o solo neste país. São 400 anos de depressão sistêmica, escravidão, encarceramento em massa, a Grande Depressão… os negros não tiveram acesso a esses pacotes de estímulo do governo nem a qualquer programa como de Segurança Social, empréstimos para habitação nem nada disso. Isso vem acontecendo desde que meu pessoal (os negros) chegou aqui. Então eu senti a necessidade de dizer algo sobre isso com os protestos”, finalizou o defensor.
O head coach do Carolina Panthers, Ron Rivera, disse que Eric Reid poderá começar no jogo do próximo domingo, dia 7 de outubro, contra o New York Giants.