Escola diz que não vai ensinar religião, comunismo e ideologia de gênero; aluna critica e é suspensa

Colega, que fez um comentário na publicação, também foi suspensa e perdeu a bolsa de estudos que tinha no colégio particular.

Do G1

Na escola não se aprende sobre: sexo, ideologia de gênero, ativismo LGBT, comunismo, esquerdismo e religião”, diz um comunicado do colégio particular Univest, em Lages, na Serra catarinense. A aluna Alice Forest, de 15 anos, compartilhou o documento nas redes sociais com o comentário: “2017, a nova idade média”. Com isso, foi suspensa por dois dias do colégio.

“Nós suspendemos alguém em função dele ter desrespeitado uma atividade ou uma regra estabelecida, assim como a sociedade cobra de todas as pessoas o cumprimento da lei e das obrigações. Você compartilhar algo que venha prejudicar alguém, uma empresa, você vai responder por isso”, disse o reitor da escola, Giovani Broering.

No comunicado, a escola diz o que é dever de se aprender em casa e o que é dever da instituição ensinar. Nas atribuições do colégio estão apenas disciplinas, de matemática a sociologia.

Segundo Alice, uma amiga dela, que fez um comentário na publicação, também foi suspensa e perdeu a bolsa de estudos que tinha na escola.

 

A mãe da aluna suspensa, Fabiana Cruz, questiona a rispidez da abordagem com a filha e os métodos do colégio.

“Se você não debater sexualidade você não vai prevenir doenças sexuais, você não vai prevenir gravidez na adolescência, e como você vai questionar algo depois se acontecer e isso é do currículo, é biologia. Como é que você não vai discutir política na aula de história? Como é que uma escola, uma instituição de ensino vai podar o pensamento de uma pessoa?”, disse a mãe.

Protesto nas redes sociais

Alice conta que recebeu o documento em sala de aula. “Eles não falaram nada, só chegaram as meninas do protocolo e entregaram o panfleto sem explicação nenhuma”, disse a aluna.

“A escola é um lugar que devia ter um espírito pensante para ajudar a construir ideias, e limitar isso não vai ajudar, só vai acabar atrapalhando.”

A publicação nas redes sociais foi compartilhada mais de mil vezes e rendeu a suspensão. “Apenas por compartilhar ou comentar porque eles dizem que denegriu a imagem do colégio. Eu mostrei que estava descontente com o que eles fizeram e eles simplesmente me suspenderam”, fala a aluna.

“A escola, ela estuda a questão do sexo enquanto gênero, a sexualidade, a religião e as atividades como o comunismo, o socialismo, o liberalismo enquanto ciência politica, e não enquanto sentimento. Isso quem tem que debater é a família”, completou o reitor.

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