Escola não deixa menino da religião rastafári usar chapéu tradicional

Malachi Reid, um rastafári de 11 anos, foi banido de sala de aula por usar um chapéu tam, o que, segundo a mãe do menino argumenta, é um símbolo da religião da família. Ele foi informado de que não tinha permissão para usar o gorro de malha, por ser uma violação do código do uniforme. A escola – que já proibiu qualquer contato entre os estudantes, incluindo aperto de mãos – pediu uma explicação por escrito de por que o chapéu é uma “exigência religiosa”. As informações são do site do jornal britânico Daily Mail.

O tam é um chapéu redondo, geralmente feito de lã ou crochê, que pode ser colorido e listrado, muitas vezes com as cores da bandeira jamaicana. Comumente, é usado para “guardar” os dreadlocks tradicionais, sendo também um modo de se identificar como membro da religião.

Malachi, que ingressou há pouco na Quest Academy, em Croydon, no Reino Unido, foi informado de que o chapéu – que usava tranquilamente em sua escola primária – era contra as regras. A mãe do menino, Beverley Reid, afirmou ter dito ao colégio que o filho usa o tam devido a crença rastafári da família e que, inclusive, teria escrito uma carta para o diretor da escola, Andy Crofts, para explicar a situação. Ela aponta, ainda, que os alunos da religião sikh foram autorizados a usar turbantes, destacando que o uso do tam é um símbolo de fé, assim como a cruz do cristão.

“Tenho certeza de que eles não pediram a um sikh ou a um muçulmano para identificar a sua religião. O pai de Malachi trabalha no serviço prisional. Ele trabalha para a rainha e tem permissão para usar o chapéu tam”, argumenta. Beverley se recusa a mandar o filho para a escola até que a situação sobre o uniforme seja resolvida.

A Quest Academy tem um histórico de zelo excessivo na aplicação de suas regras. A instituição ganhou as manchetes no ano passado, quando proibiu abraços e apertos de mão, em uma aparente tentativa de combater o bullying, colocando qualquer criança que se “envolver em contato físico” em detenção.

A escola, que abriu em 2010, afirma em seu site que “acolhe alunos de uma ampla gama de origens culturais e de fé (ou ‘não-fé’) e espera que todas as famílias apoiem os valores morais em todos os aspectos na vida na Quest Academy”. A instituição destaca, ainda, que promoverá “compreensão, tolerância e respeito mútuo ao produzir jovens confiantes, capazes e respeitosos.”

O professor Crofts defendeu a postura da escola nesta semana. “Nós temos um código de vestimenta publicado, que aplicamos constantemente para todos”, disse. “Permitimos que a cabeça seja coberta por razões religiosas. Nós pedimos aos pais do menino para nos fornecerem a evidência de que esse chapéu é uma exigência religiosa em várias ocasiões. Se nós concordássemos com todos os pedidos para alterar o uniforme, então deixaria de ser um uniforme”, acrescenta.

 

 

Fonte: Terra 

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