Atualmente, 92 pessoas em Itabira passam por tratamento contra a doença falciforme. Em todo estado de Minas Gerais, são cerca de 7,5 mil pacientes com a enfermidade. Em passagem por Itabira, a presidente da Associação de Pessoas com Doença Falciforme e Talassemia de Belo Horizonte e Região Metropolitana (Dreminas), Maria Zenó Soares da Silva, alerta que o diagnóstico e tratamento da doença carecem de atenção do poder público.
por Wesley Rodrigues no De Fato Online
Maria Zenó foi à Câmara de Vereadores de Itabira nessa terça-feira, 20 de junho, a convite de Ronaldo Capoeira (PV). Por iniciativa do parlamentar, ocorre na cidade a Semana de Conscientização sobre a Doença Falciforme (a Semana foi instituída em projeto de lei aprovado em 2016).
Na Câmara, Zenó usou a tribuna e chamou a atenção para a doença pouco difundida, apesar de atingir um número expressivo de pessoas. Ela defende que se fortaleçam nos municípios as ações de esclarecimento, informação, intensificação do diagnóstico e tratamento humanizado.
A anemia falciforme é uma doença hereditária caracterizada pela alteração genética na hemoglobina, proteína que ajuda no transporte do oxigênio pelo corpo. Pode causar intensas crises de dor e problemas como úlceras e acidente vascular cerebral. É responsável por um número elevado de mortalidade precoce no país.
Presidente de entidade usou tribuna na Câmara e chamou atenção para o problema Foto: Wesley Rodrigues/DeFato
A enfermidade atinge, predominantemente, a população negra. Maria Zenó acredita que esteja nesse fato a razão de pouco se falar sobre a doença, haja vista um “racismo institucionalizado”.
Um avanço no tema, a seu ver, é que exames para identificar essa anemia foram incluídos no teste do pezinho e, além disso, o Sistema Único de Saúde (SUS) fornece os medicamentos que compõem a rotina de tratamento.
Conforme Zenó, um desafio a ser superado está nos serviços médicos de urgência e emergência, para que possam atender pacientes com a doença mais rapidamente. Segundo ela, em crises de dor, que surgem de uma hora para outra, pacientes lidam com um atendimento lento e demorado por talvez, pouco conhecimento de profissionais sobre a doença.
“Se o município priorizar o atendimento de urgência e emergência principalmente na época do frio, que é a época das maiores internações, com certeza vidas poderão ser salvas”, argumentou ela. Especialista em saúde pública, Zenó também é coordenadora-geral da Federação Nacional das Associações de Pessoas com Doença Falciforme (Fenafal).
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