Estudante africana é agredida a chutes dentro da Universidade Federal da Paraíba

Por: Marcio Alexandre M. Gualberto

 

 

JOÃO PESSOA – Uma estudante de Letras foi agredida a chutes dentro do campus da Universidade Federal da Paraíba na noite desta segunda-feira por um homem ainda não identificado. Ladija Tu, africana de 23 anos, estuda na universidade graças a um convênio entre o Brasil e a Guiné Bissau, seu país se origem.

 

Segundo testemunhas, Kadija andava por um dos corredores do Centro de Educação do campus quando foi abordada por um homem (que segundo informações extra-oficiais vendia cartões de crédito). Em determinado momento, ele teria dado uma cantada na estudante e depois feito alguns gestos obscenos contra ela. Quando Kadija exigiu respeito e se indignou, ele teria partido para agressões verbais e xingamentos racistas que culminaram na agressão física.

 

Estudantes intervieram e acionaram o setor de segurança da UFPB. Kadija precisou ser levada para o Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena. Já o agressor foi detido pela Polícia Militar e levado para a 4ª Delegacia Distrital do Geisel.

 

A assessoria de imprensa do hospital diz que ela levou vários chutes no abdômen e permanece em observação.

 

O homem, por sua vez, prestou depoimento e foi liberado em seguida. Amigos da vítima também foram ao local para prestar depoimento e oficializar denúncia contra o agressor.

 

Em frente ao Hospital, outros estudantes africanos fazem vigília a espera de notícias sobre a amiga. Sergi Katembera, que tem 24 anos e é do Congo, explicou que por não serem familiares da jovem os colegas não tiveram acesso ao interior do hospital, mas ele lembra que Katija não tem nenhum parente no Brasil.

 

Sergi disse também que já amanhã a comunidade africana na UFPB, em companhia de colegas brasileiros, vão decidir que tipo de protesto farão para denunciar o caso.

 

– Não podemos admitir que atos como este se repitam. É uma vergonha – lamentou.

 

 

Fonte: Lista Racial

+ sobre o tema

Mano Brown pede desculpas a Camila Pitanga após chamá-la de ‘mulata’

Mano Brown utilizou as redes sociais hoje para se...

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...

para lembrar

Mano Brown pede desculpas a Camila Pitanga após chamá-la de ‘mulata’

Mano Brown utilizou as redes sociais hoje para se...

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...
spot_imgspot_img

Mano Brown pede desculpas a Camila Pitanga após chamá-la de ‘mulata’

Mano Brown utilizou as redes sociais hoje para se retratar com Camila Pitanga e o pai da atriz, Antônio Pitanga, depois de uma declaração...

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro no pé. Ou melhor: é uma carga redobrada de combustível para fazer a máquina do racismo funcionar....

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a categoria racial coloured, mestiços que não eram nem brancos nem negros. Na prática, não tinham...