Estudantes da PUC-Campinas fazem ato contra racismo

O ato pediu o fim preconceito e pediu punição ao estudante de Direito

Do Correio Popular

Geledés

Grupos de estudantes e representantes de centros acadêmicos da PUC-Campinas promoveram um ato de repúdio na noite de ontem (16), contra manifestação de racismo ocorrido na universidade na noite da última quinta-feira, durante um sarau literário. Na oportunidade, um estudante de Direito invadiu um evento cultural imitando gestos de uma macaco, enquanto uma aluna negra declamava uma poesia. O ato pediu o fim preconceito e pediu punição ao estudante de Direito. Alunos chegaram a pedir a expulsão do rapaz.

De acordo com relato da estudante Noemy Ariane Tomas – que é presidente do Centro Acadêmico do curso de Ciências Sociais – o rapaz passou a imitar macaco, com gestual e ruídos, no momento em que ela recitava o poema “Me gritaram Negra” , de Victória Santa Cruz.
“Em determinado momento, em que o poema repete várias vezes a palavra Negra, o individuo subiu as escadas fazendo gestos animalescos. Começou a gritar e a uivar de um forma que a gente nem conseguiu assimilar o que estava acontecendo” , conta. ” Depois ele começou a subir as escadas, com gestos que lembravam os primatas” , relatou Noemy. O sarau marcava a reabertura do Centro Acadêmico de Ciências Sociais.

O Centro Acadêmico emitiu uma nota em que se solidariza com a aluna e registrou repúdio à atitude do colega. “Queremos que a PUC Campinas se pronuncie sobre o caso e expulse este racista da Universidade” , diz a nota do Centro. “São tempos obscuros, do qual os fascistas encontraram um terreno fértil para mostrarem sua cara, mas a universidade é diversa, e não podemos permitir que os alunos pretos se sintam ainda mais inseguros neste espaço” , acrescenta a nota.

A direção da PUC disse que determinou a abertura de uma sindicância interna para apurar o caso. “A PUC-Campinas tomou conhecimento das denúncias de um suposto caso de racismo envolvendo alunos durante a realização de um evento cultural no dia 12 de setembro dentro das dependências da Universidade. A Instituição já determinou a abertura de uma sindicância para apurar o ocorrido. Assim que o caso for esclarecido, a Universidade divulgará quais providências serão tomadas” , diz a nota oficial.

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