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    Pequena manifestação na avenida Paulista em homenagem a Plínio, homossexual assassinado - Marina Garcia/Folhapress

    Justiça adia para maio júri de acusado de matar cabeleireiro por homofobia em 2018

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    “Sua raça é resistente à dor”: mulheres relatam racismo em atendimentos médicos

    Camila Moura de Carvalho (Arquivo Pessoal)

    Camila Moura de Carvalho: Por que o feminismo negro?

    Djamila Ribeiro – Filósofa e Escritora “Não é preciso ser negro para se engajar na luta antirracista” (Foto: Victor Affaro)

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    Ilustração/ Thaddeus Coates

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      EUA: agentes que asfixiaram homem negro nem serão julgados

      Neca Setubal Imagem: Sergio Lima/Folhapress

      A inaceitável desvinculação do investimento em educação e saúde

      Zilda Maria de Paula (à esq.), líder das mães de Osasco e Barueri, conversa com Josiane Amaral, filha da vítima Joseval Silva Imagem: Marcelo Oliveira/UOL

      Defesa de réus de chacina tenta desacreditar mães de vítimas, diz defensora

      Foto: Reprodução/ TV Globo

      Carol Conká, a Karabá do BBB

      Bianca Santana, jornalista, cientista social e pesquisadora - Foto: Bruno Santos/Folhapress

      Notícia sem contexto contribui para o genocídio negro no Brasil, afirma pesquisadora

      Alice Hasters (Foto: Tereza Mundilová/ @terezamundilova)

      Alice Hasters – Por que os brancos gostam de ser iguais

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      Família diz que menino morto no Rio foi retirado da porta de casa pela PM

      Foto: Diêgo Holanda/G1

      Perigo: ele nasceu preto

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      Moradores carregam corpos e relatam danos psicológicos após ações da PM na Baixada Fluminense

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      Do crente ao ateu, não faltam explicações para o racismo religioso no Brasil

      Foto: Deldebbio

      Prefeito de Duque de Caxias é investigado por intolerância religiosa a crenças de matriz africana

      FÁBIO VIEIRA/ESPECIAL METRÓPOLES

      Após ser alvo de ataques transfóbicos e racistas, Érika Hilton irá processar 50 pessoas

      A parlamentar Laetitia Avia propôs a nova nova lei, enquanto o primeiro-ministro Jean Castex foi ridicularizado por seu sotaque (GETTY IMAGES)

      Por que a França pode criminalizar a discriminação pelo sotaque

      Adolescente de 16 anos foi espancada pelo pai por ser lésbica, na Bahia — Foto: Divulgação/Polícia Civi

      Adolescente é espancada pelo pai na BA e relata que motivo é ela ser lésbica; avó da vítima denunciou homem à polícia

      (Jonathan Alcorn/AFP/)

      Painel trata combate ao racismo como exercício de cidadania e justiça

      Imagem: Geledes

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        Mary Aguiar (Foto: Imagem retirada do site Bahia.ba)

        Mary Aguiar, primeira juíza negra do país, morre aos 95 anos

        Chiquinha Gonzaga aos 47 anos, em 1984 (Acervo Instituto Moreira Salles/Coleção Edinha Diniz/Ciquinha Gonzaga)

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        Edusa Chidecasse (Foto: Reprodução/ @tekniqa.studios)

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        Chiquinha Gonzaga  Acervo Instituto Moreira Salles/Coleção Edinha Diniz/Divulgação

        Itaú Cultural abre a série Ocupação em 2021 com mostra dedicada à maestrina Chiquinha Gonzaga

        Vacinação contra a Covid-19 dos Quilombolas da comunidade Sucurijuquara, região isolada do Distrito de Mosqueiro, no Pará (Foto: FramePhoto / Agência O Globo)

        Covid-19: maioria da população, negros foram menos vacinados até agora

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              Estudantes têm tempo. Por que não estudam?

              29/05/2020
              em Educação, Guest Post
              Tempo de leitura: 6 min.

              Fonte: Por Jocivaldo dos Anjos, enviado para o portal Geledés
              Adobe

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              “Estar sendo é uma condição para ser”. Desta forma asseverava o mestre Paulo Freire sobre a necessidade do encontro entre o que se faz o que se diz. As características que devem caracterizar o caracterizado. Ou seja, a busca do óbvio. Assim sendo, para ser estudante precisa-se de estudar. Pode até haver pessoas que estudam e não são estudantes, mas, não cabe no arcabouço qualificador o estudante que não estuda. Este perde por insuficiência comprobatória o status que o nome lhe outorga.

              Vindo do latim a palavra estudante significa a pessoa dedicada, zelosa. Que ama o que faz e que aprende ao fazer também. Diferente de aluno, que hoje ambas possuem o mesmo status semântico, e significa ser sem luz, a palavra estudante está na dianteira do uso, inclusive no campo mais progressista de usuários da língua. Mas, não irei discorrer aqui sobre a função de estudante que, remete a todos que estudam. Mas, centrar-me-ei (para usar um pouco de mesóclise em desuso) na questão estudante e tempo. E não tratarei de todos os estudantes. Quero falar aqui sobre os estudantes que são taxados de não estudantes e suas todas derivações. Preguiçoso é a mais usual delas. Mas, tem também outras como desleixado, não esforçado, brincalhão, bagunceiro… até chegar ao desistente ou, melhor informo, o desistido. Aqueles e aquelas que se cansam de tantos títulos e preferem migrar para aprimorar os ouvidos com algum carinho. Logo, evadem-se. Para usar o termo estamentado na gramática brasileira.

              Uma das grandes queixas da maioria dos docentes brasileiros é que os estudantes têm tempo de estudar. Se não estudam é porque não querem. Daí, eu quero extrair um outro estreito grupo de estudantes. Da educação básica e em especial do ensino médio de hoje, mas, que também tem os do ensino fundamental. Quero extrair uma parcela de estudantes que não estudam por não ter tempo. E, estes são, em sua maioria, desconhecidos por parte da maioria das escolas.

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              Respeitarei as críticas dos que me alcunharem de defensor dos estudantes e de zeloso demais. No entanto, peço as provas para o processo educacional sem amor e o seu resultado prático na vida.

              Eu sou um estudante que quando da minha educação básica passei dois anos na terceira série. Quando migrei para o antigo ginásio passeia mais três anos na quinta série. Até desistir de estudar. Sim. Eu já fui desistido pela escola e recuperado, que ironia, pelo movimento social. Lógico que com todo o apoio familiar. Então, eu me tornei professor e consigo falar um pouco dos dois lados. Além de professor sou pesquisador e gestor público na área.

              É precisa tirar o cascão e mostrar o pus da pereba. Os estudantes que são chamados de desistentes, mas, que cabe melhor nomenclaturá-los de desistidos não tem tempo para estudar em sua maioria. Não possuem tempo real. O do Deus Cronos e outros não possuem o tempo simbólico de contemplação para o aprendizado. Citarei dois casos.

              Fui estagiário numa escola da periferia de Feira de Santana, na Bahia. A aula acabava as 11:50h. Eu pegava o ônibus e encontrava pelo caminho alguns dos meus alunos já encima das carroças e quando chegava o ônibus no centro da cidade, cerca de 12:40 já estava alguns dos meus alunos lá na sinaleira. Uma vez um me pediu o dinheiro da passagem de volta para ele é para mãe. Pois só veio para rua com o da vinda. Guardar carro e pedir era uma lógica. E, lógico que eles não haviam almoçado para vir para a rua. Não dava tempo.
              Eu sempre saia na hora do recreio para conversar com eles. Eles têm muitas histórias. Tristes e oníricas histórias. Mas, não tinham o tempo. Eles, definitivamente não tinha o tempo que a escola linearizava a vida plural de cada um singularizando em um coletivo inexistente. Muitas daquelas histórias já não existem mais. Porque houve um choque entre o tempo deles como tempo que a vida lhes permitiu.

              Mais recente, semana passada, uma estudante poetisa, grande poetisa, me enviou uma mensagem que poderia participar da live que temos com os estudantes no Estado da Bahia. A live ocorre todas as sextas-feiras das 17:00h às 18:00h., mas, ela somente poderia se fosse as 19:00. Indaguei o porquê. Uma pessoa com tamanha qualidade na escrita e na produção do texto poético… Ela me disse: “eu trabalho em “casa de família” e somente saio as 18:00h de lá”. Sim, senhores, estou falando de estudante da rede pública Estadual da educação básica. Daqueles a quem a gente pede tempo, mas, que o tempo que eles têm em primeiro lugar, usam para manter a vida. Para manterem-se de pé. Gente, comer é um ato revolucionário. Ler é consequência de uma barriga cheia. “Favela ainda é senzala, Jão”.

              Temos uma gama de estudantes empobrecidos que precisam de serem vistos em seu conjunto interseccional. E, superar a pobreza deve vir junto com a oferta educacional. Não pode ser retórica a afirmativa de que muitos somente comem na escola. E preciso a constituição de possibilidades de eles comerem em casa e poder ter o tempo de ser crianças e adolescentes. Superar e avançar sobre a moratória social juvenil como um modelo de implementação de políticas para a juventude no cone sul é algo urgente e necessário.

              Quando a gente fala que estudantes tem tempo estamos falando dos filhos de quem? Estamos dialogando com que setor da sociedade? Eu já dormi tendo aulas à noite, cansado e também muitos alunos meus no noturno já dormiram também em minhas aulas. O que faz o corpo ceder não são as aulas chatas. O corpo de achata porque a vida empurra. Chega um momento em que ele não suporta. Mas, me cabe uma pergunta: – o que será da nossa poetisa? E por que os poetas e poetisas que a gente conhece são brancos e brancas? Sigo um senhor que me orienta que a leitura do mundo precede a leitura das palavras.

              Nós, no Brasil, desenvolvemos um método educacional baseado na moratória social da juventude. AquelEs que tiverem uma base conseguem subir os degraus da escada. Os que não tiverem ficam embaixo.

              Chamamos eufemisticamente de funil. Os que passam pelo funil vão para as universidades, os que não forem “esforçados” a ponto de saber que a vida é dura e “se encostar” vai para a cadeia. É assim, a gente segue perseguindo o modelo de matar preto pela canetada.

              O problema da educação pública brasileira é financiamento também. Mas, para além do financiamento. Muito maior do que ele é o método, o modelo, a concepção, a forma, o formato. Se neste formato aumentar em 10 vezes o financiamento não teremos incluído os que beijam as plantas pelas raízes antes dos 25 anos e os que são encarceradas com os demais corpos pretos. O modelo é o equívoco. Eu não posso ser referência e nenhum dos poucos que chegam. Porque uma sociedade que se preza não deve usar a exceção como referência para colocar debaixo do tapete a regra. Poderia dizer quero venci na educação que temos. De onde eu saí para onde eu estou tem um caminho que só quem é conhece. Mas, o real é o que diz a regra. Nela os meus amigos de idade, cor, local de moradia… não conseguiram. Eu sou um. Eles são tantos. Reconhecer os avanços pessoais é justo e necessário, até para impulsionar, mas, não pode pessoalizar as referências com vergonha e medo de modificar o método que está equivocado.

              O financiamento deve ser para os que são obrigados a trabalhar. Isso desde a educação tenra e não para as pesquisas somente como no atual modelo. Quem chega a ser pesquisador precisa sim, de todo apoio, até para o aprimoramento da ciência nacional. Mas, sem alimento para os que não tem na infância e adolescência nem sequer estudante poderá ser. Porque na pobreza estudante é um título. Até a polícia e a mídia respeitam os dotados de fardas escolares. E, muitos meninos e meninas usam como um escudo de proteção.

              Todos nós sabemos quem são e onde estão os empobrecidos. Nos cabe coragem de chegarmos até eles e financiar a vida dos esquecidos. Permitir que a poetisa faça live em horário comercial, que o pedinte ocupe o livro. Isso não é bondade. Isso é reconhecer a pluralidade de um país que possui um alarme em encarceramento e letalidade de jovens negros e que esta é uma política sistêmica que abarca as demais áreas. É superar o modelo da moratória por um modelo da tecnologia da raça. Devemos ter coragem em falar da raça enquanto tecnologia educacional. Pois, é precisa estar tendo tempo para poder usar o tempo. Quando o tempo inexiste, cobrar o seu uso é perpetrar a desigualdade e fomentar ódios que se transformam em sangues escorridos no dia a dia. O uso da tecnologia racial como princípio educacional e a superação a da moratória social da juventude é tarefa para hoje. Ordem do dia.

              Não nos cabe o medo. Coragem! Sigamos!


              ** Este artigo é de autoria de colaboradores ou articulistas do PORTAL GELEDÉS e não representa ideias ou opiniões do veículo. Portal Geledés oferece espaço para vozes diversas da esfera pública, garantindo assim a pluralidade do debate na sociedade.

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              • "Quando resolvi organizar o livro Diálogos Contemporâneos sobre Homens Negros e masculinidades, junto com o professor Rolf de Souza, um projeto pensado, e escrito exclusivamente por homens negros (das mais diferentes matizes fenotípicas, ideológicas, sexuais, etc.), um dos motivos, era que nos últimos anos vinha sentindo uma “atmosfera” de desqualificação sistemática e generalizada sobre nós. Havia uma retórica inflamada por parte de um segmento do movimento das mulheres negras que identificavam os homens negros como a síntese de todos os males da população negra: violência, preterimento, violação, alienação, abandono, enfim o degenerado perfeito." Leia o Artigo de Henrique Restier em: www.geldes.org.br
              • Para fechar fevereiro, a coluna Nossas Histórias vem com a assinatura da historiadora Bethania Pereira, que nos convida a pensar sobre as camadas de negação da história do Haiti. Confira um trecho do artigo do artigo"O Pioneirismo haitiano nas lutas pela liberdade no Atlântico"."A partir de 1824, o presidente Jean-Pierre Boyer passou a oferecer terras e cidadania para os imigrantes exclusivamente negros, vindos dos Estados Unidos. Ao chegar no Haiti, as pessoas teriam acesso a um lote de terra, ferramentas e, após um ano, receberiam a cidadania haitiana. A fim de fazer seu projeto reconhecido, Boyer enviou Jonathas Granville como seu representante oficial para os Estados Unidos. Lá, Granville pode se reunir com afro-americanos de diferentes locais mas, aparentemente, foi na cidade de Baltimore, onde ele participou de reuniões na African Methodist Episcopal Church – Bethel [Igreja Metodista Episcopal Africana] e pode se encontrar com homens e mulheres negros e negras. Acesse o material na íntegra em: A Coluna Nossas Histórias é parceria entre a Rede de HistoriadorXs NegrXs, o Geledés e o Acervo Cultune #Haiti #Liberdade #Direitos #SéculoXIX #HistoriadorasNegras #NossasHistórias.
              • #Repost @naosomosalvo • • • • • • A @camaradeputados, o @senadofederal e o @supremotribunalfederal precisam frear a política armamentista da Presidência da República, que coloca em risco nossa segurança e nossa democracia. 72% da população brasileira é contrária à proposta do governo de que é preciso armar a população: precisamos unir nossas forças e vozes contra esses retrocessos! Pressione agora: www.naosomosalvo.com.br As armas que a gente precisa são as que não matam.
              • No próximo sábado, dia 27 de fevereiro, às 17h, as Promotoras Legais Populares- PLPs, realizam uma live para falar sobre ações e desafios durante a pandemia, no canal do YouTube de Geledés Instituto da Mulher Negra.
              • Abdias Nascimento, por Sueli Carneiro “Sempre que penso em Abdias Nascimento o sentimento que me toma é de gratidão aos nossos deuses por sua longa vida e extraordinária história fonte de inspiração de todas as nossas lutas e emblema de nossa força e dignidade. A história política e a reflexão de Abdias Nascimento se inserem no patrimônio político-cultural pan-africanista, repleto de contribuições para a compreensão e superação dos fatores que vêm historicamente subjugando os povos africanos e sua diáspora. Abdias Nascimento é a grande expressão brasileira dessa tradição, que inclui líderes e pensadores da estatura de Marcus Garvey, Aimé Cesaire, Franz Fannon, Cheikh Anta Diop, Léopold Sedar Senghor, Patrice Lumumba, Kwame Nkruman, Amílcar Cabral, Agostinho Neto, Steve Biko, Angela Davis, Martin Luther King, Malcom X, entre muitos outros. A atualidade e a justeza das análises e das posições defendidas por Abdias Nascimento ao longo de sua vida se manifestam contemporaneamente entre outros exemplo, nos resultados da III Conferência Mundial Contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e Formas Correlatas de Intolerância, ocorrida em setembro de 2001, em Durban, África do Sul, que parecem inspiradas em seu livro O Genocídio do Negro Brasileiro (1978) e em suas incontáveis proposições parlamentares.Aprendemos com ele tudo de essencial que há por saber sobre a questão racial no Brasil: a identificar o genocídio do negro, as manhas dos poderes para impedir a escuta de vozes insurgentes; a nos ver como pertencentes a uma comunidade de destino, produtores e herdeiros de um patrimônio cultural construído nos embates da diáspora negra com a supremacia branca em toda parte. Qualquer tema que esteja na agenda nacional sobre a problemática racial no presente já esteve em sua agenda política há décadas atrás, nada lhe escapou. Mas sobretudo o que devemos a ele é a conquista de um pensar negro: uma perspectiva política afrocentrada para o desvelamento e enfrentamento dos desafios para a efetivação de uma cidadania afrodescendente no Brasil, o seu mais generoso legado à nossa luta.” 📷Romulo Arruda
              • #Repost @brazilfound • • • • • • InstaLive Junte-se a nós para uma conversa com Januário Garcia, ícone da história do movimento negro no Brasil, enquanto celebramos o mês da história negra (Black History Month).⁠ ⁠ 📆: Terça-feira, 23 de fevereiro ⁠ ⏱: 18 hs horário de Brasília⁠ 📍: Instagram da BrazilFoundation (@brazilfound)⁠ ⁠ Fotógrafo brasileiro, Januário Garcia há mais de 40 anos vem documentando os aspectos social, político, cultural e econômico das populações negras do Brasil. Formado em Comunicação Visual, passou por prestigiados jornais e grandes agências de publicidade do Rio de Janeiro e é autor das fotos de álbuns icônicos de artistas consagrados. ⁠ ⁠ Januário participa de importantes espaços de memória, arte e cultura do povo negro; é co-fundador do Instituto de Pesquisas das Culturas Negras, é membro do Conselho Memorial Zumbi e, atualmente, Presidente do Instituto Januário Garcia, um Centro de Memória Contemporâneo de Matrizes Africanas.⁠ ⁠ *⁠ #BrazilFoundation #mêsdahistórianegra #blackhistorymonth #januáriogarcia #brasil @januariogarciaoficial
              • Hoje é o dia nacional de luta por um auxílio emergêncial de 600 reais até o fim da pandemia! Fortaleça em todas as redes: #AuxilioEmergencial600reais #AteOFimDaPandemia #VacinaParaTodesPeloSUS Acompanhe os atos: https://coalizaonegrapordireitos.org.br/ato-nacional-pelo-auxilio-emergencial/
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              GELEDÉS Instituto da Mulher Negra fundada em 30 de abril de 1988. É uma organização da sociedade civil que se posiciona em defesa de mulheres e negros por entender que esses dois segmentos sociais padecem de desvantagens e discriminações no acesso às oportunidades sociais em função do racismo e do sexismo vigentes na sociedade brasileira.

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