Praticamente todo mundo irá concordar que fumar é prejudicial à saúde. Pouca gente, no entanto, imagina que viver sozinho pode ser tão mortal quanto fumar 15 cigarros ao dia. A solidão também foi considerada como um fator de maior risco à saúde do que a obesidade.
Ambas descobertas foram apresentadas pela professora de psicologia e neurociência Julianne Holt-Lunstad, da Brigham Young University, durante a uma convenção americana de psicologia, realizada em agosto deste ano.
Para chegar a essa conclusão, a pesquisadora analisou 148 estudos, envolvendo mais de 300 mil pessoas. Entre os achados da pesquisa, uma descoberta surpreendente: os participantes com melhores laços sociais tinham seus riscos de morte prematura reduzidos em 50%.
Outro estudo reviu 70 pesquisas prévias envolvendo mais de 3 milhões de pessoas. Nesse caso, três características acenderam o sinal vermelho em termos de saúde: isolamento social, sentir-se sozinho e viver só. Cada um destes fatores apresentava isoladamente mais riscos de mortalidade do que a obesidade – isso vale inclusive para pessoas que tem muitos amigos, mas sentem-se sozinhas.
No Brasil, 14,4% da população – ou cerca de 70 milhões de pessoas – vive só. Ao Seeker, a pesquisadora lembrou que as descobertas deveriam servir para embasar políticas de estado, em que a socialização deveria ser vista como uma questão de saúde pública.