Ex-jogador da NBA Joe Barry Carroll acusa restaurante de discriminação racial

ATLANTA (AP) Um All-Star aposentado da NBA e um amigo reclamaram terem sido expulsos de um restaurante em Atlanta por serem negros. O restaurante disse que eles não foram vítimas de nenhuma política discriminatória, mas sim uma prática de longa data enraizada na hospitalidade do Sul que disponibiliza assentos para mulheres quando o estabelecimento está lotado.

Esses argumentos foram dados na segunda-feira no início do julgamento federal de um processo movido por Joe Barry Carroll e seu advogado Joseph Shaw. Os dois disseram que foram humilhados quando um segurança escoltou ambos para fora do Tavern at Phipps, depois que eles se recusaram a ceder os assentos para duas mulheres brancas, uma ação que os dois chamaram de ato claro de discriminação.

“Você provavelmente está pensando: Dois cavalheiros negros vão a um bar – isso é uma piada,” disse Jeffrey Bramlett, um advogado dos homens, ao júri durante a abertura do processo. “Mas não é uma piada. As provas irão mostrar uma grave violação aos direitos civis.”

Os advogados dos restaurantes disseram que os homens foram convidados a darem seus assentos como parte de uma longa tradição das “boas maneiras” praticadas no restaurante há 20 anos. O advogado David Long-Daniels disse que milhares de homens já cumpriram essa regra, de estrelas como Michael Jordan a outros homens na noite do incidente.

“O cavalheirismo não está morto,” ele disse. “E não é uma violação dos direitos civis ceder seu assento para uma mulher.”

O impasse com os assentos aconteceu em uma noite de sexta feira em Agosto de 2006 quando Carroll, que jogou 10 temporadas na NBA, começando nos anos 80, ele e seu amigo se sentaram no fundo do restaurante e pediram algumas cervejas, aperitivos e licor. O local começou a encher, quando um bartender lhes ofereceu alguns drinks como cortesia para que eles deixassem seus assentos, mas eles se negaram.

Eles foram questionados mais algumas vezes se poderiam deixar os assentos e cede-los para as mulheres, mas continuaram se recusando, afirmou uma testemunha. O gerente ameaçou chamar a segurança caso eles não se retirassem, e um policial de Atlanta que estava de folga no local foi chamado para a cena.

“É desse jeito que fazemos aqui,” disse o segurança ao conduzir os clientes.

“Eles foram constrangidos. Humilhados,” disse Bramlett. “E parte da razão é que era possível ver assentos vagos em mesas com clientes brancos.”

O restaurante está ligado a um centro comercial de luxo no bairro de Atlanta, Buckhead, e nas noites dos finais de semana é um lugar bem freqüentado por pessoas da alta sociedade.

Bramlett disse que fez entrevistas com empregados atuais e antigos do local e descobriu que Greg Greenbaum, diretor do restaurante, temia que “bandidos negros” seguissem os clientes negros e começassem a desvalorizar o negócio. Ele disse que o restaurante sistematicamente incentiva os gerentes a contratarem poucos empregados negros e limita o número de clientes negros em noites de pico.

Funcionários também foram orientados a “frear os atendimentos” a clientes negros durante dias de muito movimento, ele disse. E durante Fevereiro de 2003 no All Star game da NBA, quando jovens fãs negros de basquetebol lotaram a cidade, o restaurante pendurou um enorme banner escrito “Bem vindos fãs de Rodeio” e tocava musica country todo o tempo, de acordo com registros apresentados no tribunal.

 

Fonte: Basketbrasil

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