FFLCH aprova cotas raciais e para deficientes em programa da pós

Prosposta prevê 25% de reserva de vagas, e 2 vagas fixas para indígenas.
Projeto ainda precisa passar pela Pró-Reitoria de Pós-Graduação, diz USP.

Ana Carolina Moreno Do G1

A Congregação da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP) aprovou, em março, a instituição de uma política de cotas para pretos, pardos e deficientes, e criação de vagas para indígenas, no programa de pós-graduação em antropologia social. A proposta ainda precisa da aprovação de um órgão da Pró-Reitoria de Pós-Graduação, mas, caso seja aprovada na última instância, o programa será o primeiro, dentro da USP, a ter uma política de cotas.

Segundo a assessoria de imprensa da instituição, “não há nenhum programa de pós-graduação na USP que tenha cotas aprovadas em seus regulamentos”.

Atualmente, a política de ação afirmativa aplicada pela USP acontece na forma de um sistema de bonificação para estudantes de escola pública, e, desde 2013, de um bônus extra a estudantes que se declaram pretos, pardos e indígenas.

De acordo com a USP, a avaliação e votação da proposta no âmbito da Pró-Reitoria pode acontecer até o fim do primeiro semestre. “Geralmente, uma proposta de alteração leva entre dois e três meses para ser aprovada, dependendo do calendário das reuniões”, diz a instituição.

Proposta na antropologia social
A proposta foi elaborada em julho de 2014, a partir de discussões que já existiam entre professores e estudantes deste programa de pós. A defesa do projeto se baseia nos resultados de outras políticas de cotas aplicadas em instituições brasileiras, e na decisão do Supremo Tribunal Federal que considerou que a reserva de vagas não é inconstitucional.

“O processo seletivo que contemple uma política de ação afirmativa deve considerar, em primeiro lugar, as diferenças de trajetória social e de formação entre os grupos alvos a serem beneficiados por ela”, afirma o documento do programa.

Por isso, a proposta sugere a realização de dois processos seletivos: um regular, mas com reserva de vagas para pretos, pardos e pessoas com deficiência, “e outro direcionado exclusivamente para candidatos autodeclarados indígenas”.

Mudança na seleção
Para o processo regular, a sugestão aprovada na Congregação da FFLCH inclui a reserva de 20% das vagas do mestrado e do doutorado para pretos e pardos, e 5% das vagas para quem declara ter deficiência. Esse primeiro processo teria uma prova teórica como primeira fase, e análise do currículo e do projeto de pesquisa na segunda.

A segundo parte da proposta é a criação de uma cota fixa de duas vagas contemplando o mestrado e o doutorado, de acordo com a demanda. No caso do processo seletivo para indígenas, não haveria prova teórica, mas os candidatos teriam que entregar um projeto de pesquisa, uma análise crítica da bibliografia indicada e um memorial que tenha informações sobre sua trajetódia de vida e formação acadêmica.

+ sobre o tema

Ministério Público vai investigar atos de racismo em escola do DF

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT)...

Desigualdade ambiental em São Paulo: direito ao verde não é para todos

O novo Mapa da Desigualdade de São Paulo faz...

Nath Finanças entra para lista dos 100 afrodescendentes mais influentes do mundo

A empresária e influencer Nathalia Rodrigues de Oliveira, a...

Ministério da Igualdade Racial lidera ações do governo brasileiro no Fórum Permanente de Afrodescendentes da ONU

Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, está na 3a sessão do...

para lembrar

Fuvest poderá deixar de ser a única porta de entrada para USP

A USP, principal universidade do país, vai mudar a...

Faculdade de Medicina da USP suspende por seis meses aluno acusado de estupros

Direção da instituição aplicou pena ‘em razão de infrações...

Bruna Sena, 17, 1º lugar em medicina da USP de Ribeirão, o mais concorrido da Fuvest

É com uma frase provocativa estampada em uma rede...

Encontro discute trajetória das mulheres negras nas universidades

Com o tema Política Institucional das Universidades e a...
spot_imgspot_img

O Brasil branco é um produto de cotas

Quem observa a oposição às cotas raciais nas universidades e no serviço público é capaz de pensar que o Brasil nunca adotou cotas anteriormente. Errado. O...

USP libera mais de 900 livros para baixar de graça; faça o download

A grana está curta para comprar livros? Temo uma excelente notícia! A Universidade de São Paulo (USP) disponibiliza uma biblioteca virtual com mais de 900 livros...

USP libera mais de 900 livros para baixar de graça e online

A Universidade de São Paulo (USP) está disponibilizando uma vasta seleção de livros em diversas áreas de estudo, todos acessíveis no site e o melhor: de graça. Esses...
-+=