Forças de Gbagbo repelem ataque a residência de líder marfinense

ABIDJAN (Reuters) – Forças leais a Alassane Ouattara, reconhecido pela comunidade internacional como o presidente eleito na Costa do Marfim, lançaram nesta quarta-feira um pesado ataque contra o bunker onde Laurent Gbagbo está isolado, mas aparentemente a ofensiva foi repelida, disse uma fonte militar ocidental.

Os confrontos seguiam pelo terceiro dia consecutivo na capital econômica do país, Abidjan, enquanto as forças de Ouattara tentavam depor Gbagbo, que se recusa a deixar o poder após perder uma eleição ocorrida em novembro para Ouattara, de acordo com resultados certificados pela Organização das Nações Unidas (ONU).

A fonte, que mora perto da residência de Gbagbo em Abidjan, disse que o confronto arrefeceu durante a tarde e que as forças de Ouattara haviam se reagrupado.

“Da maneira como eu percebo, eles tentaram tomar a residência de Gbagbo esta manhã. A investida fracassou”, afirmou a fonte, falando sob a condição de anonimato.

“Eles não conseguiram passar pela resistência vinda de todos os armamentos pesados ainda escondidos em torno da residência de Gbagbo. Eles se retiraram para repensar e replanejar.”

Uma porta-voz de Ouattara negou que as forças tivessem recuado, mas não deu detalhes sobre a investida em andamento e não sabia dizer se os confrontos prosseguiam.

Mais cedo, moradores relataram a ocorrência de disparos de artilharia pesada vindos de dentro da residência, que é guardada por milícias e pela guarda presidencial de Gbagbo.

“A luta é terrível aqui, as explosões são tão pesadas que meu prédio está balançando”, disse à Reuters o morador Alfred Kouassi.

“Podemos ouvir os disparos de armas de fogo automáticas e os estrondos de armamentos pesados. Há tiros por todos os lados. Os carros passam em alta velocidade em todas as direções, assim como os combatentes,” disse ele.

Ele via tanques franceses na rua, mas não sabia dizer se participavam da ofensiva.

Os militares franceses disseram que seus soldados não participaram do ataque, diferentemente do ocorrido no início da semana, quando ataques aéreos da França e da ONU apoiaram o avanço dos rebeldes dentro de Abidjan.

As negociações para persuadir Gbagbo a deixar o poder atingiram um impasse no início desta quarta, após ele resistir às pressões da ONU e da França para assinar um documento em que renuncia às suas reivindicações de poder.

Em tom desafiador, Gbagbo negou estar disposto a se render e negou, em entrevista à rádio francesa RFI, que estivesse negociando sua saída. “Não estamos na fase de negociações. E minha saída de onde? Para onde?”, afirmou.

 

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