O projeto “Fortalecendo o Corre” tem o objetivo de reunir coletivos de jovens para enfrentar as desigualdades nas grandes cidades brasileiras
Por Lucas Miguel Do Inesc
No início deste mês, jovens integrantes do projeto Juventudes nas Cidades, que em Brasília foi apelidado como “Fortalecendo o Corre”, fizeram uma imersão de dois dias em uma chácara no entorno do Distrito Federal.
Com o tema “Todo corpo periférico é um quilombo urbano”, a imersão teve como proposta metodológica oficinas que aprofundaram temas como diáspora, masculinidades, feminilidades e quilombismo, reafirmando a importância do resgate histórico e conceitual de diversos temas e pautas que estão sendo discutidos no projeto.
Os e as participantes do “Fortalecendo o Corre” integram coletivos ou organizações que são ligados à arte, cultura e empreendedorismo. O projeto tem o objetivo de reunir coletivos de jovens para enfrentar as desigualdades nas grandes cidades brasileiras. O Inesc é a instituição referência do projeto em Brasília, mas ele também acontece em Recife, Rio de Janeiro e São Paulo, onde é executado pelas ONGs Fase, Ibase, Ação Educativa, Instituto Pólis e Oxfam Brasil.
A Oficina “Territorialidades conceituais rumo a malungagens civilizatórias”, facilitada por Layla Maryzandra (pedagoga e educadora popular), trouxe um resgate histórico sobre a diáspora e como isso afeta a sociedade atual.
A Oficina “Femilinidades em Kriô”, facilitada por Cristiane Sobral, teve como objetivo a discussão das diversas feminilidades existentes, assim como fugir da associação do feminino à mulher e do masculino ao homem.
“Quilombismo para se aquilombar, malungagem para prosseguir – planejamento de práticas e atividades de formação”, facilitada por Layla Maryzandra, a oficina de encerramento da imersão trouxe a importância de se pensar coletivamente para traçar estratégias futuras no âmbito do projeto e no âmbito social a partir do contexto político atual.
Durante os dois dias de imersão, os e as participantes debateram, interagiram e construíram juntos momentos plurais e democráticos. A reunião contou também com atividades diversas, além das oficinas, como programação para as crianças, facilitada pelo educador Walisson de Sousa; sarau da resistência, que contou com a participação dos e das artistas participantes do Corre e com o lançamento do novo disco de Markão Aborígene; batalha de rap, feira de troca, momentos na fogueira, café da manhã literário, entre outros. Todo o encontro foi pensado coletivamente, por meio da metodologia de grupos de trabalho em que cada “GT” fica responsável por pensar e gerenciar um aspecto da imersão, como a comunicação, logística ou autocuidado.
A imersão foi rodeada de afeto, momentos de autocuidado e comunhão, trazendo reflexões importantes para o grupo e fortalecendo os corres de cada um e cada uma que ali compartilharam histórias, vivências e afetos.