Fórum debate teatro e dança no país

Fonte: Portal Imbuí –

“Educação e união são as chaves de ajuda para o negro melhorar a situação de desigualdade racial no mercado de trabalho”. O pensamento do ator Zózimo Bulbul é compartilhado por participantes de grupos e companhias de teatro e dança negros de várias regiões brasileiras, presentes no III Fórum Nacional de Performance Negra, que acontece hoje, no Teatro Vila Velha.

 

Segundo dados do Dieese, entre agosto de 2006 e julho de 2007, em Salvador, a proporção de negros com escolaridade igual ou inferior ao ensino médio incompleto é de 47,9%, revelando que a população desta etnia tem mais dificuldade em permanecer e progredir nos estudos e no mercado de trabalho

 

Os artistas nacionais revelam que, para mudar a desigualdade racial existente no mercado de trabalho, onde os negros são minoria no conjunto dos trabalhadores com melhor remuneração e melhor condição de trabalho, é necessário discutir a criação de políticas públicas que promovam subsídios para ajudar na qualificação dos negros.

 

Ju Colombo, apresentadora do programa paulista “Almanaque e Educação”, relatou que “a cultura ainda é a forma mais adequada de melhorar as nossas vidas e trabalhar o coletivo. Hoje existem programas de TV com assuntos realmente educativos, então vamos aproveitá-los”.

 

Ela chama atenção das mulheres negras – que segundo os dados do Dieese, 22,4% amargam índice de desemprego -, a conquistar o seu lugar no mercado de trabalho, pois “a mulher negra tem uma grande força para conseguir alcançar os seus objetivos”. Para Zózimo Bulbul, que nos idos de 70 chegou a ser considerado “o negro mais bonito no Brasil”, a pouca visibilidade que o negro possui atualmente prejudica na sua conquista pelo trabalho. Ele alerta que o afrodescendente que quiser conseguir um bom emprego precisa se desligar da TV e estudar. “Ir à biblioteca, ao cinema e ao teatro, pois com educação podemos conseguir tudo”, completa.

 

Para Jorge Washington, do Bando Teatro Olodum, o problema é a falta de oportunidade. De acordo com ele, a única forma de resolver o desemprego em Salvador é discutir e criar projetos que, além de qualificar a população, proporcionem oportunidade de emprego em empresas. “Eu moro na Liberdade e, quando saio para trabalhar, fico triste porque vejo uma juventude ansiosa para trabalhar, mas sem emprego.” A coordenadora do Grupo Afro Cultural Coisa de Negro de Teresina, Assunção Aguiar, relatou que muitos negros realizam práticas racistas sem querer, pois “por já terem sofrido alguma ação racista, acabam realizando com um irmão de cor sem saber”.

 

 

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