Francesa pega 9 meses de prisão por racismo contra ministra

Uma ex-candidata às eleições municipais de março pelo partido de extrema-direita francês Frente Nacional foi condenada nesta terça-feira a nove meses de prisão e ficará inelegível por cinco anos por ter feito comentários de cunho racista sobre a ministra da Justiça francesa, Christiane Taubira. O tribunal de Caiena, capital da Guiana Francesa, foi o encarregado do processo contra Anne-Sophie Leclère, candidata à prefeitura de Rethel (norte), aberto por um movimento social da região.

A corte foi além das requisições do Ministério Público ao pronunciar a sentença, agregada de uma multa de 50 mil euros (cerca de R$ 160 mil). O tribunal também prevê uma multa de 30 mil euros à Frente Nacional.

Um reportagem exibida em 17 de outubro de 2013 pelo canal France 2 questionou a então candidata, filiada à legenda desde 2012, sobre uma montagem compartilhada em sua página pessoal no Facebook. A montagem trazia a imagem de um filhote de macaco ao lado da foto da ministra, com os dizeres “aos 18 meses” e “agora”. Perguntada sobre o teor preconceituoso da publicação, Leclère, uma comerciante de 33 anos, disse que a imagem não tinha “nada a ver com racismo”.

“Essa foto era para ser engraçada. A imagem foi postada na minha página no Facebook e eu inclusive a apaguei alguns dias depois. Ela não é de minha autoria”, justificou.

Leclère foi afastada da Frente Nacional no dia 3 de dezembro. No ano passado, a ministra da Justiça francesa foi alvo de diversos ataques racistas.

Nascida na Guiana, Christiane Taubira, ícone da esquerda no país, provoca a ira da ala conservadora por defender causas polêmicas, como a institucionalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Fonte: Terra

+ sobre o tema

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...

Promotor é investigado por falar em júri que réu negro merecia “chibatadas”

Um promotor de Justiça do Rio Grande do Sul é...

para lembrar

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...

Promotor é investigado por falar em júri que réu negro merecia “chibatadas”

Um promotor de Justiça do Rio Grande do Sul é...
spot_imgspot_img

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro no pé. Ou melhor: é uma carga redobrada de combustível para fazer a máquina do racismo funcionar....

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a categoria racial coloured, mestiços que não eram nem brancos nem negros. Na prática, não tinham...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira (27) habeas corpus ao policial militar Fábio Anderson Pereira de Almeida, réu por assassinato de Guilherme Dias...