Mostra infantil retrata universo da pintora mexicana; sarau celebra um ano de poesia e ancestralidade; espetáculo percorre a história da rabeca; e mostra apresenta artistas indígenas australianos
Gênero, ancestralidade e poesia
Neste domingo (12), o Sarau das Pretas celebra um ano de existência e promove festa e comemorações especiais nos dias 23 e 31 de março. Formado pelas poetas Débora Garcia, Elizandra Souza e Thata Alves, pela atriz e bailarina Jô Freitas, e pela percussionista Taissol Zyggi, o sarau propõe uma linguagem artístico-literária diferente para o cenário dos saraus periféricos já que dá vez e voz às questões das mulheres e à cultura e ancestralidade negra. O repertório do grupo é formado por poemas e músicas autorais além de conteúdo de tradição popular afro-brasileira de domínio público.
No dia 23 de março, das 18h30 às 20h, elas se reúnem no restaurante do Sesc Carmo para relevar, por meio da literatura, de tambores e de seus corpos, as possibilidades de viver o feminino e o feminismo negro. O evento terá participação do público, com microfone aberto e entrada grátis.
No dia dia 31 de março, o coletivo promove a festa Sarau das Pretas – 1 Ano de (r)Existência, no centro cultural e bar Aparelha Luiza, no centro de São Paulo. O evento gratuito reúne poesia, com Luz Ribeiro, Mel Duarte, Raquel Almeida e Jenyffer Nascimento, dança, com Sirlene Santos e Munique Mendes, percussão, com Lisandra Borges e Juliana Rodrigues, e discotecagem com a Dj Alek, além de pocket show com a rapper Tássia Reis.
Mais informações na página do Sarau das Pretas no Facebook.
Frida para pequenos
Estreia neste sábado (11) na Unibes Cultural, a exposição Frida e Eu, uma mostra interativa que apresenta o universo da pintora mexicana Frida Kahlo para crianças. Depois de ter passado pela França, Inglaterra, pelo México e Rio de Janeiro, a exposição chega à São Paulo trazendo a história de Frida sob a ótica do universo infantil. Não serão apresentadas as obras da pintora, mas sim uma experiência interativa dividida em seis eixos.
Em “Frida e o Autorretrato”, os visitantes são convidados a criar uma Casa Azul, como é conhecida a residência onde Frida morou, no México. “Neste espaço os pequenos podem se ver como parte de um quadro da artista. O objetivo é que a criança se prepare para um autorretrato, como Frida fazia. A imagem é feita por meio de um tablet e o resultado pode ser conferido na hora”, afirma Daniela K. Schlochauer, responsável por trazer a exposição ao Brasil.
“Frida e a Família” apresenta a árvore genealógica da pintora; “Frida e a Dor” aborda o desconforto da artista após o grave acidente que ela sofreu aos 18 anos; em “Frida e a Natureza”, pode-se descobrir qual é seu “animal de alma” segundo a tradição asteca; “Frida e Diego” resgata os pontos em comum e as diferenças entre a artista e Diego Rivera, seu marido por muitos anos; e “Frida e Paris” propõe uma exploração surrealista de um quebra-cabeça do qual podem surgir várias criaturas.
Segundo a curadora da mostra, Deidré Guevara, a ideia de Frida e Eu nasceu em 2012 com o objetivo de aproximar o público infantil de museus. “Por meio de fotografias, vídeos, impressões e mecanismos distintos, mostramos Frida Kahlo para as crianças. A pintora tem uma biografia repleta de lutas, mas acima de tudo, uma história da busca incansável por ‘estar bem’. O que queremos é mostrar para as crianças que todos nós sempre buscamos o mesmo que ela”, diz.
A exposição fica em cartaz até 30 de junho, de segunda a sábado, das 10h30 às 19h30 na Unibes Cultural, ao lado da estão Sumaré de metrô.
Frida e Eu
Quando: de 11 de março a 30 de junho
De segunda a sábado, das 10h30 às 19h30
Onde: Rua Oscar Freire, 2.500, Sumaré, São Paulo (SP)
Quanto: grátis às segundas-feiras, R$ 12 (meia-entrada) e R$ 24 de terça a sexta e R$ 15 e R$ 30 aos sábados
Mais informações: (11) 3065-4333 ou http://unibescultural.org.br
Classificação: livre
Rabeca, dança e teatro
Com estreia nesta sexta-fera (10), o grupo Cia Mundu Rodá apresenta de quinta a domingo, até 2 de abril, no Sesc Pompeia, o espetáculo Memórias da Rabeca. Com direção de Juliana Pardo, o ator Alício Amaral usa dança, música e teatro para narrar a história e as memórias deste tradicional instrumento brasileiro que é considerado o precursor do violino. A peça é resultado de uma pesquisa artística feita pelo grupo em comunidades de rabequeiros e apresenta, a partir de um monólogo, uma narrativa sobre sete rabecas diferentes e suas relações com seus donos.
Uma das histórias descobertas no processo de pesquisa é a de Fabião das Queimadas (1848-1928), um escravo que comprou a liberdade com o dinheiro conquistado com sua rabeca. Segundo o grupo, cada uma das sete rabecas “documenta histórias e memórias – por vezes inesperadas – de lugares quase esquecidos deste país. Neste contexto, o ator-dançarino e músico dialoga com questões emergentes – como as retiradas de comunidades caiçaras e quilombolas de suas terras para demarcações de reservas ambientais – percorrendo memórias e sonoridades que convergem nas questões de identidade cultural”.
Memórias da Rabeca
Quando: de 10 de Março a 2 de Abril
De quinta a sábado, às 21h, e aos domingo, às 19h
Onde: Espaço cênico do Sesc Pompeia
Rua Clélia, 93, Pompeia, São Paulo (SP)
Quanto: R$ 25, R$ 12,50 e R$ 7,50
Duração: 50 minutos
Classificação: não recomendado para menores de 14 anos
Aborígenes australianos
Mais de 70 trabalhos de uma das mais antigas culturas vivas do planeta serão expostos de 14 de março a 14 de maio na Caixa Cultural Rio de Janeiro na mostra O Tempo dos Sonhos: Arte Aborígene Contemporânea da Austrália. Em cartaz, pinturas, esculturas e impressões apresentam um panorama da arte produzida desde a década de 1970 por indígenas australianos.
Estarão expostas obras dos artistas aborígenes de maior projeção internacional, como o pintor Rover Thomas (1926-1998) que, com suas paisagens de cor ocre, acabou mudando a percepção paisagística daquele país, e Emily Kame Kngwarray (1910-1996), considerada como uma das maiores pintoras da abstração do século 20. O público também poderá conferir as chamadas bark paintings, uma pintura feita em cascas de eucaliptos típica do norte da Austrália conhecida como uma forma de expressão artística feita há mais de 40 mil anos.
Segundo os organizadores, O Tempo dos Sonhos proporciona ao público brasileiro a oportunidade de refletir sobre o impacto da colonização sobre os povos indígenas. “Reconhecer o potencial artístico dos ameríndios pode ser uma forma de reconciliação com o passado e trazer uma nova perspectiva. O projeto também traz uma reflexão sobre a filosofia indígena – que consiste no conhecimento mítico – aplicada à arte contemporânea”, afirmam.
O Tempo dos Sonhos: Arte Aborígene Contemporânea da Austrália
Quando: de 14 de março a 14 de maio
De terça a domingo, das 10h às 21h
Onde: na Galeria 2 da Caixa Cultural Rio de Janeiro
Avenida Almirante Barroso, 25, Centro, Rio de Janeiro (RJ)
Quanto: grátis
Classificação: livre
Mais informações: site da Caixa Cultural