Diante das polêmicas envolvendo os direitos dos homossexuais introduzidas no debate do segundo turno das eleições presidenciais, a Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) divulgou nota nesta sexta-feira (15) aos candidatos Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) pedindo “respeito à democracia, respeito à cidadania de todos e de todas, respeito à diversidade sexual, respeito à pluralidade cultural e religiosa“.
O documento ainda diz que, nos últimos dias, a entidade assiste à instrumentalização de sentimentos religiosos e concepções moralistas na disputa eleitoral. “Não é aceitável que o preconceito, o machismo e a homofobia sejam estimulados por discursos de alguns grupos fundamentalistas e ganhem espaço privilegiado em plena campanha presidencial.”
A entidade ressalta na carta que o avanço da democracia brasileira tem permitido avanços em alguns direitos civis dos homossexuais e no combate à homofobia. “Nós da ABGLT sabemos que o núcleo das diferenças entre vocês (entre PT e PSDB) não está na defesa dos direitos da população LGBT ou na visão de que o aborto é um problema de saúde pública.”
Ao tucano, o grupo gay ressaltou investimentos que o candidato realizou no passado em favor da saúde pública.“O senhor, como ministro da saúde, implantou uma política progressista de combate à epidemia do HIV/Aids e normatizou o aborto legal no SUS. Aquele governo federal que o senhor integrou também elaborou os Programas Nacionais de Direitos Humanos I e II, que já contemplavam questões dos direitos humanos das pessoas LGBT. Como prefeito e governador, o senhor criou as Coordenadorias da Diversidade Sexual, esteve na Parada LGBT de São Paulo e apoiou diversas iniciativas em favor da população LGBT.”
Para Dilma, também houve elogios no documento. “A senhora ajudou a coordenar o governo que mais fez pela população LGBT, que criou o programa Brasil sem Homofobia, e o Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de LGBT, com diversas ações. A senhora assinou, junto com o presidente Lula, o decreto de Convocação da I Conferência LGBT do mundo. A senhora já disse, inúmeras vezes, que o aborto é uma questão de saúde pública e não uma questão de polícia.”
Fonte: Terra