A reunião, que ocorreu no último dia 30 de outubro, no Palácio do Itamaraty, em Brasília/DF, foi organizada pela Secretaria da Cúpula das Américas em colaboração com o país anfitrião da Décima Cúpula das Américas, a República Dominicana, e a Coordenação Nacional do Brasil para o Processo de Cúpulas. De acordo com a Secretaria “As sessões informativas têm como objetivo contribuir na difusão do conhecimento sobre o Processo de Cúpulas das Américas entre a sociedade civil e os atores sociais, assim como seus componentes e instâncias de participação para a Décima Cúpula das Américas, que terá lugar na República Dominicana, em 2025”.
Para o Ministério das Relações Exteriores no Brasil, a ideia é a retomada do diálogo com a sociedade civil para o processo da Cúpula das Américas. Este diálogo é essencial para garantir que as políticas e compromissos assumidos pelos países das Américas e Caribe reflitam as reais necessidades e aspirações de suas populações.
“Entendemos que é fundamental trazer para a mesa de discussões pautas relacionadas igualdade e justiça racial, o que inclui a discussão sobre o empoderamento econômico da população afrodescendente nas Américas, tema que já foi objeto de um evento paralelo, organizado pelas Missões Permanentes do Brasil e da Colômbia junto à OEA e Geledés sobre ‘Estratégias para o Empoderamento Econômico da Mulher Afrodescendente’, em evento que ocorreu, em março de 2024, em Washington D.C., na sede da Missão da Colômbia junto à OEA, em celebração ao Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial”, diz Maria Sylvia de Oliveira, representante de Geledés, na reunião.
Organizações da sociedade civil, como o Geledés terão um papel relevante para um diálogo mais inclusivo e diversificado no processo de construção X edição da Cúpula, em dezembro 2025, pressionando por políticas públicas que respeitem os direitos humanos e promovam a equidade de gênero e raça. Geledés, com sua vasta experiência em defesa dos direitos da população negra, em especial de mulheres e meninas negras, levará uma perspectiva essencial a essas discussões, destacando a importância da inclusão e da justiça racial em toda a região, como vimos defendendo em nossa atuação internacional, em organismos multilaterais.
“A Cúpula das Américas reúne os Chefes de Estado e de Governo Hemisfério para debater questões políticas comuns, afirmar valores comuns e se comprometer com ações concertadas em nível nacional e regional, a fim de enfrentar os desafios presentes e futuros que os países de as Américas enfrentam”. Em sua primeira edição ocorrida em Maiami, EUA, em 1994, os Estados firmaram uma Declaração de Princípios; Pacto para o Desenvolvimento e a Prosperidade; Democracia, Livre Comércio e Desenvolvimento Sustentável, desde então o grupo se reúne a cada 2 a 3 anos.
Maria Sylvia de Oliveira
Coord. Gênero, Raça e Equidade em Geledés Instituto da Mulher Negra