Google faz evento para empreendedor no Alemão

Moradores de favelas que criaram negócios de sucesso contaram suas experiências ao lado de empresários, desenvolvedores e pesquisadores. A ideia era que os relatos servissem como pontapés para a interação entre novos e velhos empreendedores. “O grande segredo é criar algo que resolva o problema de alguém. Com certeza as pessoas vão pagar por isso”, ensinou o consultor de negócios sociais da Endeavor, Leo Filardi

O conjunto de favelas do Alemão, na zona norte do Rio, recebeu, na última sexta-feira (dia 24), o Google for Entrepreneurs Week, evento que promoveu workshops com moradores de favelas que se tornaram empreendedores de sucesso. Carlos Pedro da Silva, Robson Borges e Helcimar Lopes deram seus relatos ao lado de empresários, desenvolvedores e pesquisadores. Todos compartilharam suas experiências nos negócios, enfatizando quais os recursos necessários e disponíveis para dar seguimento às suas ideias. Também abordaram sobre as ferramentas a serem utilizadas para construir e consolidar negócios que tenham impacto positivo na vida das pessoas. De acordo com matéria da UPP RJ, a ideia era que os relatos servissem como pontapés para a interação entre novos e velhos empreendedores. Consultor de negócios sociais da Endeavor, Leo Filardi alertou para as dificuldades de ter um empreendimento, apesar do glamour que envolve esse termo atualmente. “Você tem que topar abrir mão de uns cinco anos da sua vida. Você vai ficar no aperto, sem feriado e fim de semana”, disse. Mas os aspectos negativos relatados serviram para realçar o lado positivo. “O grande segredo é criar algo que resolva o problema de alguém. Com certeza as pessoas vão pagar por isso. Encontre uma causa a defender, que isso ajuda a vencer”. AGoogle for Entrepreneurs Week está em sua terceira edição, tendo sido realizada em oito cidades brasileiras entre os dias 20 e 25 de outubro.

 

Por Alfredo Mergulhão, para a UPP RJ

Pela primeira vez no Brasil, Google for Entrepreneurs Week é realizado no Alemão

Empreendedores de comunidades contaram suas histórias no evento

Pela primeira vez no Brasil, o evento anual de empreendedorismo promovido pelo Google não deixou de fora as iniciativas inovadoras realizadas dentro das comunidades do Rio de Janeiro. Na tarde de sexta-feira, 24 de outubro, o Google for Entrepreneurs Week passou pelo Complexo do Alemão, na Zona Norte, onde houve workshops com moradores de favelas que se tornaram empreendedores de sucesso.

Deram seus relatos os empreendedores Carlos Pedro da Silva, Robson Borges e Helcimar Lopes. Eles ficaram lado a lado com empresários, desenvolvedores e pesquisadores. Todos compartilharam suas experiências nos negócios, enfatizando quais os recursos necessários e disponíveis para dar seguimento às suas ideias. Também abordaram sobre as ferramentas a serem utilizadas para construir e consolidar negócios que tenham impacto positivo na vida das pessoas.

Consultor de negócios sociais da Endeavor, Leo Filardi alertou que para as dificuldades de ter um empreendimento, apesar do glamour que envolve esse termo atualmente. “Você tem que topar abrir mão de uns 5 anos da sua vida, arredondando esse tempo. Você vai ficar no aperto, sem feriado e fim de semana”, disse.

Mas os aspectos negativos relatados por Filardi serviram para realçar o lado positivo. “O grande segredo é criar algo que resolva o problema de alguém. Com certeza as pessoas vao pagar por isso. Encontre uma causa a defender, que isso ajuda a vencer”. Ele mostrou como o planejamento e a capacitação fazer um empreendimento dar certo. Hoje, ele faz consultoria para o Iniciativa Jovem, um projeto da Shell para ajudar jovens a criarem a própria empresa, de forma gratuita e sem pedir nada em troca.

Taciana Abreu, consultora de negócios sociais da Yunus e mediadora do evento, destacou que o objetivo do encontro era estimular a tirar idéias do papel. “A gente sabe o quanto é difícil empreender. Vi o cartaz da Universidade da Correria dizendo que empreender é um ato de resistência. Concordo e acrescento que na favela é um ato de revolução”, afirmou.

A ideia era que os relatos servissem como pontapés para a interação entre novos e velhos empreendedores. Que primeiro contou seu caso foi Robson Borges, o Robinho. Ele descreveu como transformou resíduos em renda e sustentabilidade. Morador do Complexo do Alemão, Robinho passou sete anos preso e quando ganhou a liberdade, em 2004, pensou no que poderia trabalhar. ele conseguiu um emprego como gari comunitário no Complexo da Penha, onde descobriu que os resíduos possuem valor.

Pouco depois surgiu a Cooperativa de Reciclagem Eu Quero Liberdade, idealizada por Robinho com outros egressos do sistema prisional. “Eu pensava: enterrar resíduos é uma estupidez, porque isso é matéria prima. Enquanto a gente desperdiça as empresas estão retirando mais recursos da natureza. Então decidi entrar nesse ramo e saí da informalidade”, disse.

O produtor cultural Helcimar Lopes contou como deixou o emprego de promotor de vendas para montar o próprio empreendimento. “Eu queria minha realização pessoal e fazer mais pelas pessoas da comunidade”, afirmou. Assim que pediu demissão, ele criou um telecentro para dar cursos de informática e servir como lanhouse. Também começou a dar festas e daí para entrar no mundo do entretenimento foi um pulo. Hoje Helcimar tem uma produtora de eventos, filmes, teatro: a Toca do Lobo Produções. E ainda atua nas produtoras Deu na Telha e Abaetê Filmes.

Carlos Pedro da Silva e Silas Vieira são criadores do Grupo Carteiro Amigo, uma iniciativa que começou na Rocinha e tornou-se a primeira de um empreendimento nascido numa comunidade. Hoje, o serviço de entrega de correspondências realizado mediante pagamento de uma taxa mensal está em oito comunidades cariocas. “Minha dica é ter muito empenho pessoal, principalmente nos primeiros anos, porque as dificuldades são grandes. E nunca se achar um patrão”, disse Carlos.

A Google for Entrepreneurs Week está em sua terceira edição. No Brasil, o evento foi realizado entre os dias 20 e 25 de outubro em oito cidades brasileiras: Belo Horizonte, Brasília, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo, Uberaba (MG) e Teresina. Em todas ocorreram palestras e discussões com especialistas em tecnologia e negócios.

A edição brasileira teve apoio da Universidade da Correria, do CD HÁ,  da Brazil Foundation, da Dharma ACC e do Sebrae.  No ano passado, 4.800 empreendedores participaram da semana em eventos distribuídos por 45 cidades em 31 países.

 

 

Fonte: Brasil 247

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