Governo Federal promove campanha de combate à violência contra trans.

O lançamento foi em conjunto com a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. O evento contou com lideranças transexuais e travestis

O Ministério da Saúde lançou, nesta segunda-feira (28), em parceria com a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, a campanha de combate à violência contra travestis e transexuais. O evento reuniu lideranças transexuais e travestis do movimento social, e marca a comemoração do Dia da Visibilidade Trans, celebrado nacionalmente nesta terça-feira (29). A ação pretende estimular o uso do Disque 100 – serviço de proteção contra a violência de forma geral.

O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, que representou o ministro Alexandre Padilha no evento, destacou a importância do desenvolvimento de políticas voltadas para travestis e transexuais. “Um dos grandes desafios do Sistema Único de Saúde, atualmente, é combinar as políticas universais, que atendem a toda a população, com as políticas que precisam quebrar barreiras sociais, culturais, de preconceito”, explica. A campanha conta com vídeo, além de cartaz de divulgação trazendo a frase “Travesti que se cuida, denuncia”, ambos com participação da travesti Ivana Spears.

Foi anunciada também no evento a inclusão do nome social de travestis e transexuais no Cartão SUS, medida que tem como objetivo reconhecer a legitimidade da identidade desses grupos e promover o maior acesso à rede pública. “Se os serviços de saúde não têm estratégias que permitam o adequado acolhimento de travestis e transexuais, esses grupos se tornarão cada vez mais vulneráveis. Essa é uma questão de saúde pública, e a primeira barreira a ser transposta, é a de permitir que essas pessoas sejam atendidas, nas unidades de saúde, pelo nome que desejam”, declarou.

Na ocasião, foi lançado e distribuído cartaz divulgando o direito ao uso do nome social no cartão e nos serviços de saúde. A ideia é promover o direito e de ser respeitado e ter acesso digno nos serviços de saúde. “O nome social é uma questão de saúde pública. Quando uma travesti deixa de procurar o serviço de saúde, normalmente, é porque já antecipa a frustração de ser tratada pelo seu nome de registro” declarou Fernanda Benvenutty, travesti, líder social e membro do Conselho Nacional de Saúde (CNS).

Para a presidente do Conselho Nacional de Combate à Discriminação e Promoção dos Direitos de LGBT, Keila Simpson, a Saúde é o setor que mais tem atendido às demandas da população de travestis e transexuais. “O Ministério da Saúde está sempre abrindo portas e inovando, portanto é importante comemorarmos juntos esse Dia da Visibilidade Trans”, explica. Segundo ela, a substituição do nome de registro pelo nome social é um avanço importante em prol da defesa da identidade e da saúde da população de travestis e transexuais.

Durante o evento, foi exibido um vídeo em homenagem a Weluma Brown, primeira travesti chacrete do país, ativista e militante LGBT. Falecida no último dia 11, Welluma foi vice-presidente da Associação de Travestis e Transexuais do Estado do Rio de Janeiro e conselheira da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexuais. Haverá, esta noite, atividade cultural com a participação das travestis Angela Leclery e Renata Peron. A “Noite da Visibilidade Trans”, parceria com a ONG NavTrans, contará com uma apresentação musical, com samba e música popular brasileira.

 

 

 

Fonte: Maria Frô

+ sobre o tema

Manifesto: Marcha das Mulheres Negras de São Paulo

Neste 25 de julho, nós mulheres negras e indígenas...

Mães escravas, mães “de cor”*

As mães escravas, na sua grande maioria amantes passageiras,...

Mulher Com os Olhos Perfurados Pelo Ex-Marido: “Viverei na Escuridão”

'Vou viver na escuridão', lamenta mulher que teve olhos...

para lembrar

Maria do Rosário diz ter sido ameaçada de morte em shopping

Deputada disse ter ouvido de homem que sua hora...

Data internacional celebra negritude feminina

Estudantes, servidoras e terceirizadas da Universidade de Brasília dão...

De vestido e salto alto, aluno gay do ITA protesta na formatura em S. José

Ele diz ter sido vítima de homofobia na instituição...

O machismo na Academia Brasileira de Letras

A escritora Ana Maria Machado coordenará, no mês que...
spot_imgspot_img

Prêmio Faz Diferença 2024: os finalistas na categoria Diversidade

Liderança feminina, Ana Fontes é a Chair do W20 Brasil, grupo oficial de engajamento do G20 em favor das mulheres. Desde 2017, quando a Austrália sediou...

Dona Ivone Lara, senhora da canção, é celebrada na passagem dos seus 104 anos

No próximo dia 13 comemora-se o Dia Nacional da Mulher Sambista, data consagrada ao nascimento da assistente social, cantora e compositora Yvonne Lara da Costa, nome...

Mulheres recebem 20% a menos que homens no Brasil

As mulheres brasileiras receberam salários, em média, 20,9% menores do que os homens em 2024 em mais de 53 mil estabelecimentos pesquisados com 100...
-+=