Hoje na História, 9 de Fevereiro de 1944, nascia Alice Walker

Alice Malsenior Walker (Condado_de_Putnam_(Geórgia), 9 de fevereiro de 1944) é uma escritora estado-unidense e ativista feminista.

Romancista, contista, poetisa, ensaísta, feminista e ativista. Em 1983, aos 39 anos de idade, ganhou o Prêmio Pulitzer pelo aclamado romance A Cor Púrpura. Em suas biografias, são sempre apresentadas as bases e extensão de seu trabalho.

A partir de discussões sobre identidade negra e feminismo e reflexões sobre sofrimento e prazer, sua obra tem revelado tanto seus dons literários quanto suas convicções espirituais e políticas. Suas histórias estão enraizadas nas dificuldades econômicas, na exclusão racial, na sabedoria popular da vida e cultura afro-americana, principalmente do sul rural norte-americano. Ela explora relações entre mulheres e “abraça o poder redentor da revolução social e política”

Alice Malsenior Walker. Oitava filha de um casal de agricultores meeiros, a autora nasceu em 9 de fevereiro de 1944, em Eatonton, Georgia, onde a variante do sul é proeminente e as marcas da escravidão e da opressão ainda se fazem presentes.

Em 1961, Alice Walker deixou sua cidade para ir para Spelman College, uma proeminente escola para mulheres negras em Atlanta, onde permaneceu por dois anos, conheceu Martin Luther King Jr e se tornou ativista dos direitos civis. É a ele que ela credita seu retorno ao sul dos EUA. Depois desse período ela foi para Sarah Lawrence College em Nova York onde continuou ses estudos e seu envolvimento com o movimento pelos direitos civis.

Alice Walker se casou em 1967 com o advogado branco dos direitos civis, Melvyn Rosenman Leventhal e se divorciou em 1976. Ela terminou seu primeiro romance (The third life of Grange Copeland) em 1969, mesmo ano do nascimento de sua filha Rebecca Grant. Seus primeiros trabalhos já tratavam de temas recorrentes em sua obra como violência, estupro, relações multi-geracionais, sexismo e racismo. Após o fim de seu casamento ela se mudou para o norte da Califórnia onde vive até hoje.

Sua Obra

Alice Walker é bastante conhecida pelo romance A Cor Púrpura (1982), que foi transportado para as telas do cinema por Steven Spielberg em 1985. A história se passa na Georgia, durante a segregação racial, e é narrada por Celie que, por meio de uma série de “cartas para Deus” escreve sobre incesto, abuso físico e solidão. Contudo, suas esperanças se concretizam por meio de uma comunidade de mulheres formada pela amante de seu marido e por sua irmã. Gradualmente, Celie desperta-se sexualmente e aprende a se ver como desejável, uma parte valiosa e saudável do universo. Por esse romance Alice Walker foi duramente criticada pela sua representação negativa do homem negro.

Em sua obra, Alice Walker retrata a vida da mulher afro-americana. Ela descreve vivamente o sexismo, o racismo e a pobreza que fazem da vida uma batalha. No entanto, ela também retrata a força da família, da comunidade e da espiritualidade como partes da vida. Alice Walker continua não só escrevendo, mas também desenvolvendo seu trabalho como feminista/mulherista, ativista ambiental, pela Palestina e por causas econômicas e de justiça social.

Em uma de suas obras mais recentes, Rompendo o Silêncio, ela discute que parte do que aconteceu com os seres humanos no último século se deve ao fato de termos sido silenciadas e silenciados por um comportamento bárbaro fora do normal que desvaloriza a vida humana. Ela acredita não termos palavras para descrever o que testemunhamos e que o silêncio auto-imposto deixa nossa resposta mais lenta, principalmente em relação àquelas que mais necessitam, mulheres e crianças, mas também aos homens que resistem e são sobrepujados por aqueles que se renderam ao poder das armas da dominância masculina ou étnica e da ganância.

Feminismo e “mulherismo”

O termo “mulherista” apareceu pela primeira vez em seu livro In Search of Our Mothers’ Gardens: Womanist Prose (1983), no qual ela atribui a origem da palavra à expressão da comunidade negra de mães para as meninas “Você está agindo como mulher”, normalmente se referindo a um comportamento audacioso, corajoso, voluntarioso.

Mulherista também é uma mulher que ama outra mulher, de forma sexual ou não, que aprecia e prefere a cultura e o poder das mulheres, incorporadas no mundo como um todo, comprometidas com a sobrevivência e a totalidade da comunidade, sejam mulheres ou homens.

A introdução do termo “mulherista” no léxico feminista americano data do início dos anos 1980. O fim da década de 1970 e início da década de 1980 testemunharam uma insurgência no feminismo liderada pelas mulheres negras gerada pela percepção de que o feminismo não abrangia as perspectivas das mulheres negras.

Excluídas e alienadas do pensamento e teoria feministas, as mulheres negras defendiam que o feminismo deveria levar em consideração as diferentes subjetividades e localidades em suas análises sobre as mulheres, enfocando a questão das diferenças, principalmente aquelas que dizem respeito à raça e à classe. Se o feminismo não era capaz de levar em consideração completamente as experiências das mulheres negras, seria necessário, então, encontrar outra terminologia que trouxesse em si o peso de tais experiências.

Nesse sentido, o termo mulherismo prestou grande contribuição. Como o termo reconhece que as mulheres são sobreviventes em um mundo de opressão de diferentes tipos, ele busca celebrar as maneiras nas quais as mulheres negociam essas opressões em suas vidas individuais.

Nas palavras de Alice Walker, “mulherista está para o feminismo assim como o roxo está para o lavanda”. Dessa forma, o termo mulherista seria tanto uma alternativa quanto uma expansão do termo feminista.


Expect Nothing 

Alice Walker

Expect nothing. Live frugally
On surprise.
become a stranger
To need of pity
Or, if compassion be freely
Given out
Take only enough
Stop short of urge to plead
Then purge away the need.

Wish for nothing larger
Than your own small heart
Or greater than a star;
Tame wild disappointment
With caress unmoved and cold
Make of it a parka
For your soul.

Discover the reason why
So tiny human midget
Exists at all
So scared unwise
But expect nothing. Live frugally
On surprise.

Sem expectativa 

Não espere nada. Viva frugalmente
Na surpresa.
Torne-se um estranho
Para a necessidade de pena
Ou, se a compaixão vier livremente
Dada
Tome apenas o suficiente
Curta parada na urgência para pleitear
Então purgue-se da necessidade.

Deseje nada largamente
Em seu próprio pequeno coração
Ou maior que uma estrela;
Cultive um selvagem desapontamento
Com carinho insensível e frio
Faça uma cobertura
Para que sua alma.

Descubra a razão pela qual
Tão pequena humana figura
Existe em todos
Tanto medo insensato
Mas, não espere nada. Viva frugalmente
Na surpresa.

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Fonte: Blogueiras Feministas

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