Homem que furou olhos da ex-mulher vai a júri popular em Goiânia

Crime aconteceu em agosto de 2013, quando ex-marido também agrediu e torturou a vítima.

 

O homem que furou os olhos da ex-companheira em Goiânia, Goiás, vai a júri popular. O crime aconteceu em agosto do ano passado. Wilson Bicudo da Rocha é acusado de agredir, torturar e perfurar os olhos da operadora de caixa Mara Rúbia Mori Guimarães.

Ele ficará preso até o julgamento, que ainda não tem data marcada, pois de trata de uma tentativa de homicídio triplamente qualificada. Segundo o juiz, o crime teve motivo torpe, porque Mara Rúbia não quis reatar o casamento. Além disso, foi empregado meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima.

Mara Rúbia vai passar por uma nova cirurgia nesta sexta-feira (14) e os médicos acreditam que ela recupere boa parte da visão.

 

O crime

Mara Rúbia foi atacada pelo ex-marido por volta das 12h de 29 de agosto de 2013, em Goiânia. Segundo o Tribunal de Justiça de Goiás, a vítima chegou em casa para o almoço e deixou a porta encostada. Pouco depois, foi surpreendida por Wilson Bicudo, que a agarrou pelo pescoço e a empurrou para cima da cama, momento em que afirmou: “Vim aqui só para isso, para te matar”.

Bicudo agrediu e sufocou Mara Rúbia com as mãos, até que ela desmaiasse. Quando a vítima recobrou a consciência, o acusado amarrou suas mãos e pescoço com um fio de telefone. Em seguida, ele perfurou o olho direito de sua ex-companheira, com uma faca de mesa. A dor foi tanta que ela desmaiou novamente. Não satisfeito, ele também perfurou seu olho esquerdo, momento em que ela desmaiou de dor pela terceira vez.

Bicudo acreditou que ex-companheira havia morrido e deixou o local do crime. Adinda segundo o TJ, para garantir que a vítima não conseguisse pedir socorro, caso não tivesse morrido, trancou o portão e levou as chaves e o celular dela. Mara Rúbia só foi socorrida quando recobrou os sentidos, momento em que conseguiu soltar o fio de telefone que amarrava suas mãos e seu pescoço e começou a gritar. Os vizinhos ouviram os gritos e chamaram o Corpo de Bombeiros.

Versão do réu

Interrogado em 6 de dezembro do ano passado, pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara, Bicudo afirmou que não teve intenção de matar a ex-companheira e que só a amarrou para pedir socorro. Alegando arrependimento, Bicudo contou que, quando percebeu a gravidade dos fatos, ficou preocupado e, por isso, avisou a amiga de Mara Rúbia sobre o crime.

— Eu não sei porque isso aconteceu, mas eu não tive a intenção de matar.

Bicudo alegou ainda que o fato de ter se entregado à justiça revela seu arrependimento.

— Eu confio na Justiça do homem e de Deus.

Bicudo negou que teria ameaçado a ex-companheira de morte e também o filho do casal. Ele admitiu ter empurrado Mara Rúbia, mas não tê-la espancado.

— Eu nunca coloquei a mão nela, eu só dei um empurrão e fez um galo.

Versão da Vítima

Na mesma época, Mara Rúbia disse que o ex-marido sempre foi violento e que, durante os seis anos em que foram casados, ela chegou a chamar a polícia para contê-lo. Ela contou detalhes sobre o crime.

— Ele me amarrou toda, pegou uma faca de mesa, achei que ia cortar meu pescoço. Daí, ele veio com muita força e furou o meu olho direito. Doeu muito, eu cheguei a fazer xixi e cocô na roupa de tanta dor. Depois, ele veio e furou o meu outro olho.

Ainda segundo a vítima, no dia do crime, antes do acusado furar os olhos, ele a machucou muito. Mara Rúbia contou que Bicudo a amarrou com pedaços de um vestido de seda, toalhas e o fio de um telefone e apertou seu pescoço.

— Ano passado ele me deu um surra e falou que eu poderia ter certeza que ele iria me matar.

Mara Rúbia revelou ainda que Bicudo ameaçava também o filho.

Cirurgias

Mais de seis meses após o crime, a mulher ainda luta para voltar a enxergar. Ela já passou por várias cirurgias. Os médicos dizem que Mara Rúbia tem entre 40% e 60% de chance de recuperar a visão.

No começo novembro do ano passado, a vítima, que tem 27 anos, recuperou a guarda do filho. A criança estava com a avó paterna, que afirmou á Justiça não ter condições de cuidar dela.

 

 

Fonte: R7

 

 

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