Homem que leu biografia de Hitler em biblioteca no centro de São Paulo é condenado por racismo

O TJ-SP determinou que o réu terá que pagar R$ 50 mil em indenização e estabeleceu medidas protetivas aos funcionários

O Tribunal de Justiça de São Paulo condenou Wilho da Silva Brito, que proferiu falas racistas dentro da Biblioteca Mário de Andrade, no centro de São Paulo, a dois anos e oito meses de prisão em regime semiaberto.

“Não gosto de negros. Se negro prestasse, não era discriminado pela sociedade”, afirmou o homem em 3 de agosto, quando foi preso em flagrante. Brito estava lendo a biografia de Adolf Hitler, líder do partido nazista alemão, momentos antes de cometer o crime.

A sentença foi proferida pela juíza Larissa Gaspar Tunala, da 18ª Vara Criminal, em 6 de dezembro. Na decisão, a magistrada apontou episódios de racismo, misoginia, homofobia, além de agressões verbais e apologia do nazismo praticados por Brito desde 2017, com base nos depoimentos de funcionários da biblioteca.

Segundo a juíza, a prisão preventiva como cautelar é necessária para a garantia da ordem pública. O cumprimento da pena visa colocar um fim na “escalada de violência inerente a esse tipo de crime”.

Também foi concedida medida protetiva em favor das testemunhas, funcionários da biblioteca, e de seus familiares. Portanto, Brito deve manter pelo menos 100 metros de distância e não pode frequentar os mesmos lugares que as vítimas, especialmente a Biblioteca Mário de Andrade.

Larissa Gaspar Tunala também determinou o pagamento de indenização no valor de R$ 50 mil reais em favor da biblioteca.

+ sobre o tema

Caso Extra: Polícia ouve mais dois fiscais do Extra

S. Paulo - A Polícia de S. Paulo...

A falácia do “racismo inverso”

Acreditar no racismo dos oprimidos para com os opressores...

para lembrar

Acusado de racismo, maquiador de Ronaldo Fraga se desculpa

Desfile da coleção do estilista colocou modelos com palha...

Polícia conclui que Seu Jorge foi alvo de racismo no RS, mas não identifica autores

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul concluiu o caso...

Alexandre Pereira: “Ninguém quer ser coadjuvante de ninguém”

  por Luiz Carlos Azenha e Padu Palmério “A grande mídia não está de...

Ferguson e o racismo nosso de todo dia

Minha nossa, lá vem esses negros encher a paciência...
spot_imgspot_img

Juízes não seguem o STF e barram cotistas em concursos de universidades com três vagas ou menos

Instituída há dez anos, a lei que reservou a negros 20% das vagas oferecidas nos concursos públicos ainda enfrenta obstáculos para ser aplicada em...

Transplante bem-sucedido é exemplo para candidatos

O Rio de Janeiro inteiro, dor e delícia, tragédia e compaixão, coube na saga de dona Maria Elena Gouveia por um fígado. Moradora de...

Brasil: Relatório sobre Justiça Racial na Aplicação da Lei

Este relatório contém as conclusões do Mecanismo Internacional de Especialistas Independentes para o Avanço da Igualdade e Justiça Racial na Aplicação da Lei (EMLER,...
-+=