IBGE: Casais gays ganham mais que casais heterossexuais

Percentual de casais gays é maior nas faixas de renda mais elevadas.

Homossexuais representam 0,1% dos casais nos domicílios brasileiros

FAIXAS DE RENDA* CASAIS HETEROSSEXUAIS CASAIS  HOMOSSEXUAIS
Até 1/2 salário 9,2% 3,4%
Mais de 1/2 a 1 salário 18,72% 15,6%
Mais de 1 a 2 salários 10,56% 25,14%
Mais de 2 a 5 salários 10,56% 20,5%
Mais de 5 a 10 salários 3,41% 9,55%
Mais de 10 a 20 salários 1,05% 3,77%
Mais de 20 salários 0,34% 1,4%
*O IBGE se baseou no valor do salário mínimo de 2010, que era de R$ 510. Atualmente, o mínimo está em R$ 545.
Fonte: IBGE

Os casais homossexuais brasileiros têm, proporcionalmente, renda média mensal maior que a de casais heterossexuais, segundo dados preliminares sobre rendimentos do Censo 2010 divulgados nesta quarta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Do total de lares espalhados pelo Brasil, mais de 65% são chefiados por heterossexuais (quase 37,5 milhões de casais). As pessoas do mesmo sexo comandam 0,1% dos domicílios brasileiros – cerca de 60 mil.

A comparação entre os rendimentos mensais dos dois tipos de famílias revela que quanto mais elevada a faixa salarial, maior o número declarado de casais do mesmo sexo e menor a presença das famílias comandadas por heterossexuais.

Somente 3,4% dos casais de sexos diferentes declararam ter renda entre 5 e 10 salários mínimos. Dos mais de 60 mil casais homoafetivos, 9,5% possuem o mesmo rendimento mensal de até R$ 5.100 (o valor do mínimo considerado pela pesquisa é de R$ 510, vigente em 2010).

No caso dos domicílios com renda mensal entre 10 e 20 salários mínimos, o percentual de casais gays (3,7%) nessa faixa de rendimento chega a ser o triplo do registrado para os lares comandados por pessoas de sexos diferentes.

As duas faixas de renda nas quais, percentualmente, há mais casais heterossexuais do que homoafetivos são justamente as menores, que vão de meio a um salário mínimo mensal.

Nove por cento dos domicílios comandados por parceiros de sexos diferentes têm renda mensal média de apenas metade do salário mínimo, segundo o IBGE. Já o percentual de lares homossexuais na mesma faixa é de apenas 3%.

A maior parcela (21%) dos 37,5 milhões de casais do mesmo sexo ganha até um salário mínimo. Na mesma faixa de renda, há somente 15% de casais homossexuais. Entre os mais de 60 mil lares homoafetivos, 25% têm renda entre um e dois salários mínimos. Essa foi a primeira edição do recenseamento a contabilizar os lares comandados por pessoas do mesmo sexo.

Renda de homens é maior

Os dados do Censo 2010 apontam ainda para a manutenção da diferença entre a renda de homens e mulheres. Em todo o Brasil, o rendimento das mulheres chega a 70% do obtido por pessoas do sexo masculino.

De acordo com a pesquisa, o rendimento médio mensal dos brasileiros é de R$ 1.202. Também se manteve a distância entre as rendas de quem vive na cidade e no campo. A renda mensal da área rural representa 46% do que recebe um trabalhador de centros urbanos.

As distorções na distribuição da renda se refletiram ainda no déficit verificado ao se comparar a renda dos brasileiros das regiões Centro-Oeste e Sudeste com os moradores do Norte e Nordeste.

Em média, o rendimento per capita do nordestino é de R$ 806 por mês, enquanto a renda média mensal do morador do Centro-Oeste chega a R$ 1.422. O Distrito Federal registra o maior rendimento médio mensal por domicílio de todo o Brasil, R$ 4.635, seguido por São Paulo (R$ 2.853) e por Santa Catarina (2.636). O pior rendimento por domicílio, segundo a pesquisa, está no Maranhão com renda média de R$ 1.274 por mês.

Cor da pele

Acima da média nacional estão brasileiros que se autodeclararam amarelos (R$ 1.572,08) e brancos (R$ 1.535,94), sendo a maior concentração entre os brancos – representam 81% da população com rendimentos acima dos cinco salários mínimos (R$ 510), seguidos por pardos, amarelos e pretos, nessa ordem.

O rendimento médio dos pardos, conforme os dados do IBGE, é de R$ 844,66. Dos pretos, R$ 833,21.

Estão entre brancos e amarelos também os maiores níveis de alfabetização, o que ajuda a explicar a manutenção do quadro de concentração de renda.

As taxas de alfabetização entre brancos e amarelos são de 92,5% e 90%, respectivamente, enquanto entre pardos e pretos os índices ficam em 85,5% e 85%.

Fonte: G1

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