Ilê Aiyê está de luto pela morte de mãe Hilda Jitolu

Fonte: Írohín – Jornal Online-

Faleceu neste sábado, 19, às 10h30, a ialorixá Hilda dos Santos, 86 anos, mais conhecida como mãe Hilda Jitolu e líder espiritual do grupo cultural Ilê Aiyê. Mãe Hilda estava internada desde o último dia 7, no Hospital Unimed, localizado em Lauro de Freitas. O velório está sendo realizado no Ilê Axé Jitolu, na Rua do Curuzu, onde estão reunidos parentes e amigos.

“Ela estava com problemas cardíacos e também contraiu uma pneumonia”, disse Antônio Carlos dos Santos, mais conhecido como Vovô do Ilê, presidente da instituição e filho biológico de mãe Hilda.  

O sepultamento será neste domingo, 20, no Jardim da Saudade, em horário ainda a ser definido. Mãe Hilda comandava o terreiro Ilê Axé Jitolu, sediado na Rua do Curuzu, Liberdade, onde morava desde 1938.

Foi no terreiro que aconteceram as primeiras reuniões que deram origem ao Ilê Aiyê. O bloco desfilou pela primeira vez em 1975 e tornou-se uma das mais fortes referências na luta de combate ao racismo. O Movimento Negro Unificado (MNU) só surgiria três anos depois.

Com o lema “negro é lindo” o Ilê iniciou um processo de estímulo ao resgate da autoestima da população negra privilegiando a música, as roupas coloridas, dentre outros signos estéticos de origem afro-brasileira.

Era mãe Hilda quem comandava a cerimônia religiosa que antecede o desfile do Ilê Aiyê no sábado de Carnaval.  Da sacada de sua casa, ela presidia um rito que pedia licença, principalmente, a Obaluaê, divindade que governa a saúde e à qual era consagrada, além de Oxalá, que é o protetor do seu filho Vovô. A cerimônia terminava com a soltura de pombos brancos por todos os diretores do Ilê Aiyê e pela rainha da beleza do ano, a Deusa de Ébano. 

Liderança – Além do Carnaval,  sempre sob a inspiração de mãe Hilda, como faz questão de frisar Vovô, o Ilê passou a realizar diversos projetos sociais. Dentre eles se destaca a Escola Mãe Hilda, que oferece não só  educação formal, mas também oficinas artísticas e formação em cidadania.
Está marcada para amanhã, o início da Semana da Mãe Preta, uma série de atividades educativas e culturais que o Ilê Aiyê realiza em homenagem a mãe Hilda todos os anos.

A instituição ainda não informou oficialmente se as atividades serão canceladas, mas diretores apontam que dificilmente os eventos serão mantidos.

Matéria original

+ sobre o tema

Compromisso com a segurança

A negligência com a segurança pública levou à morte de cerca...

Meta passa a permitir que usuários classifiquem gays e trans como ‘doentes mentais’

Publicações que associem "doenças mentais" a identidade de gênero...

Brasil flagra mais de 1,6 mil escravizados em 2024, do Rock in Rio à BYD

O Brasil encontrou, pelo menos, 1.684 trabalhadores em condições...

Estudo mostra que Bolsa Família reduziu mortes por tuberculose

O programa federal de transferência de renda Bolsa Família...

para lembrar

Eleições presidenciais 2014: mulheres e negros serão decisivos

O Instituto Patrícia Galvão disponibiliza a partir de agora...

“De qual humanidade você é?”

Nome conhecido entre as lideranças indígenas, Ailton Krenak fala...

Número de denúncias de violência contra idosos aumentou 13% em 2018

Balanço mostra que 52,9% dos casos foram cometidos pelos...

Fátima Oliveira: A caminho das reparações da crueldade escravocrata

Não dei conta de acompanhar as duas sessões do...

‘Papai, o que vai acontecer com a gente quando Trump começar seu governo?’

Era ainda cedo e praticamente escuro. Eu e meus dois filhos corremos para conseguir entrar no ônibus que passava. Nenhum de nós queria esperar...

Tapa na cara

Começar o ano ouvindo um prefeito reeleito democraticamente fazer apologia da "liberdade de expressão em defesa da ditadura militar" (como ocorreu na capital do RS)...

Trump não convidar Lula é o novo penduricalho da extrema direita brasileira

O dia da posse de Donald Trump se aproxima, será em 20 de janeiro, e o universo bolsonarista tenta transformar o fato de Lula...
-+=