A inclusão não termina com o ingresso, diz socióloga da USP

Permanência dos estudantes na universidade depende de monitoramento da política e apoio acadêmico e financeiro

Embora atrasada em relação às outras universidades, a USP deverá ganhar em qualidade e diversidade com a aprovação das cotas em todas as suas unidades a partir do ano que vem. Mas tal inclusão deverá vir ancorada em um amplo apoio da instituição aos alunos, não só de monitoramento da política, mas também financeiro. É o que aponta a professora e pesquisadora de políticas afirmativas do Departamento de Sociologia da USP, Márcia Lima.

“Hoje a manutenção dos alunos mais pobres na USP já é um problema. A universidade terá de pensar isso e assumir esse compromisso, pois a inclusão não termina com o ingresso. Em outras palavras, a universidade vai ter de gerir a diversidade que criou. Não se pode desistir de um projeto deste tamanho por causa de uma crise econômica”, aponta a especialista.

Dados do Anuário Estatístico da USP de 2016 apontam que 16,4% dos ingressantes tinham renda familiar mensal de até três salários mínimos. Em 2008 eles representavam 10,8% do total. Alunos nesta faixa de renda e na primeira graduação podem solicitar auxílio moradia. Ao mesmo tempo, estudantes reclamam que tem crescido o número de bolsas canceladas – a USP diz que ampliou o auxílio à permanência e que o processo seletivo das bolsas é feito anualmente.

A estudante do 2º ano de Pedagogia em Ribeirão Preto Isabela Casquer, de 20 anos, conta que perdeu a bolsa de R$ 400 que recebia para bancar o quarto em uma república no município – a família dela mora em São José do Rio Preto, a 180 quilômetros da universidade.  Foi assim que decidiu buscar um estágio fora da área em que estuda para se manter. “Não tinha como me sustentar na cidade”, reclama.

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