Janio ataca golpismo da Câmara e da mídia

Em duro artigo publicado neste domingo (16), o jornalista Janio de Freitas, da Folha, acusa “falsos democratas instalados no Congresso e em meios de comunicação” de tentar dar um golpe na democracia brasileira; “O que se passa hoje na Câmara, como método e objetivos da atividade, não é próprio de Congresso de regime democrático. Em muitos sentidos, restaura a Câmara controlada e subserviente da ditadura”, alerta; ele critica inclusive o ministro Gilmar Mendes, que congelou a discussão sobre o financiamento das campanhas; “É uma evidência perfeita da prepotência primária, apenas ilusoriamente culta, que sobreviveu muito bem à ruína do seu sistema escravocrata”, diz

Do Brasil247

Em duro artigo publicado neste domingo (16), o jornalista Janio de Freitas, da Folha, acusa “falsos democratas instalados no Congresso e em meios de comunicação” de tentar dar um golpe na democracia brasileira usando justamente como argumento os princípios democráticos.

“Um dos componentes essenciais e inflexíveis da democracia é o respeito às regras que a instituem. As regras existem no Brasil, precisas e claras na Constituição, mas o respeito é negado onde e por quem mais deveria fortalecê-las. O que está sob ataque não é mandato algum, são as regras da democracia e, portanto, a própria democracia que se vinha construindo. Não há disfarce capaz de encobrir o propósito difundido por falsos democratas instalados no Congresso e em meios de comunicação: reverter a decisão eleitoral para a Presidência sem respeitar as exigências e regras para tanto fixadas pela Constituição e pela democracia. Há mais de nove meses, a cada dia surge novo pretexto em busca de uma brecha –no Congresso, em um dos diferentes tribunais, nas ruas– na qual enfim prospere o intuito de derrubar o resultado eleitoral”, afirma.

Segundo ele, “a pregação de parlamentares identificáveis como um núcleo de agitação e provocação atenta contra a democracia”. “A excitação de hostilidades que esses parlamentares propagam pelo país é indução de animosidade antidemocrática –sem que isso suscite reação alguma, o que é, por si mesmo, indício da precária condição da democracia e da Constituição”, complementa. “O que se passa hoje na Câmara, como método e objetivos da atividade, não é próprio de Congresso de regime democrático. Em muitos sentidos, restaura a Câmara controlada e subserviente da ditadura”, alerta.

Ele critica inclusive o STF, com referência direta ao ministro Gilmar Mendes, que congelou a discussão sobre o financiamento das campanhas eleitorais. “O espírito antidemocrático não é alheio nem ao Supremo Tribunal Federal. É nele que um juiz pode impedir a conclusão de um julgamento tão significativo como o financiamento das eleições dos governantes e congressistas. Ou seja, dos que determinam os destinos do país e de seus mais de 200 milhões habitantes. Se alguém achar que é deboche, não vale a pena contestar. Mas convém lembrar que é uma evidência perfeita da prepotência primária, apenas ilusoriamente culta, que sobreviveu muito bem à ruína do seu sistema escravocrata”, diz.

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