Jorge Aragão lança sambabook e lembra que chorou ao ouvir sua música no rádio

“O samba é minha maneira de sentar, conversar, respirar, falar com as pessoas, me identificar. O samba é minha vida”, declara Jorge Aragão na abertura do DVD do Sambabook dedicado aos seus 40 anos de carreira. O lançamento do projeto — que já homenageou João Nogueira, Martinho da Vila, Zeca Pagodinho e Dona Ivone Lara — acontece amanhã, às 21h30m, no palco do Vivo Rio. Entre os convidados, estão Diogo Nogueira, Jorge Vercillo na noite especial. Quase dez anos sem lançar um álbum, o ex-integrante do Fundo de Quintal prefere fazer a linha modesto com a homenagem.

— Às vezes, penso se não estou tendo mais do que mereço. É tanta gente participando desta festa ao meu lado… Isso é um privilégio — ressalta o compositor, de 67 anos: — Nem acredito que as pessoas estão entoando meus sambas. Eu cantei para os avós e para os pais. Hoje, canto para filhos e netos.

O projeto contempla CD e DVD — que já estão à venda —, além de Blu-Ray, especial de TV ainda sem data para ir ao ar no Canal Brasil, livro com discografia comentada, partituras e aplicativo para os fãs. O repertório do disco inclui seu primeiro sucesso, “Malandro”, reinterpretado por Baby do Brasil e gravado pela primeira vez por Elza Soares, que dá voz desta vez a “Identidade”. O novo trabalho, além de resgatar sucessos, fez com que o compositor recordasse o início da carreira, como a primeira vez que ouviu sua música na rádio:

— Eu era casado, e as crianças já eram nascidas. Estava com uma vassoura na mão e, quando escutei a música tocar, chorei.

No conteúdo extra do DVD, Beth Carvalho, que interpreta “Pedaço de ilusão”, conta não ter apostado no amigo, mas que se surpreendeu ao ouvi-lo pela primeira vez. Já Jorge agradece por esse encontro que deu samba ter acontecido:

— Toda quarta-feira nós nos encontrávamos na quadra do Cacique. Era uma reunião com poucas pessoas, apenas os amigos. Mas foi só a Beth chegar para não caber mais gente ali. Ela é incrível — relembra Aragão, que teve “Vou festejar” e “Coisinha do pai” eternizados na voz da mangueirense: — Todo compositor pega a sua obra e sai correndo atrás de um artista para ele ouvir. As pessoas escutavam e queriam gravar o meu samba. Foi tudo muito natural.

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