Jovem escolhida para encarnar Joana d’Arc é alvo de racismo em França

A jovem foi escolhida entre 250 candidatas para interpretar Joana d’Arc, heroína nacional, nas festas realizadas anualmente na cidade de Orleães

Do DN

D.R.

A escolha de uma jovem de origem africana para encarnar a heroína francesa e santa católica Joana d’Arc gerou uma onda de insultos racistas nas redes sociais, obrigando o governo francês a sair em sua defesa. O procurador de Orleães já abriu um inquérito preliminar por incitação e provocação ao ódio racial, visando pelo menos duas contas no Twitter.

“O mal não vencerá (…) o ódio racista não tem lugar na República francesa”, escreveu na rede social Twitter a secretária de Estado pela Igualdade entre Homens e Mulheres do governo francês, Marlène Schiappa, num primeiro comentário à vaga de críticas surgida após a escolha de Mathilde Edey Gamassou, uma jovem de 17 anos, filha de pai natural do Benim e de mãe polaca, católica.

O presidente da câmara, Olivier Carré, também defendeu a escolha: “589 anos depois, o povo de Orleães celebra Joana D’Arc por uma jovem que evoca a sua coragem, a sua fé e a sua visão. Mathilde tem todas essas qualidades”.

Segundo conta a France Press, a jovem foi escolhida entre 250 candidatas para interpretar Joana d’Arc, heroína nacional, nas festas realizadas anualmente na cidade de Orleães para comemorar a vitória sa santa católica contra os ingleses em 1429. A seu favor contou o facto de ser boa aluna e de ser natural de Orleães.

A decisão está a ser contestada em sites de extrema-direita e nas redes sociais, havendo que a considere “uma tentativa de transformar a história” da França.

Afirmando seguir as ordens de Deus, Joana d’Arc guiou os franceses numa batalha contra os ingleses durante a Guerra dos Cem Anos, entre os séculos XIV e XV. Em 1431 foi queimada na fogueira como herege, e anos depois foi beatificada.

+ sobre o tema

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...

Promotor é investigado por falar em júri que réu negro merecia “chibatadas”

Um promotor de Justiça do Rio Grande do Sul é...

para lembrar

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...

Promotor é investigado por falar em júri que réu negro merecia “chibatadas”

Um promotor de Justiça do Rio Grande do Sul é...
spot_imgspot_img

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro no pé. Ou melhor: é uma carga redobrada de combustível para fazer a máquina do racismo funcionar....

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a categoria racial coloured, mestiços que não eram nem brancos nem negros. Na prática, não tinham...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira (27) habeas corpus ao policial militar Fábio Anderson Pereira de Almeida, réu por assassinato de Guilherme Dias...