Livres da queixa de racismo, agressores de Vagner Love são liberados

Atacante foi agredido dentro de uma agência bancária no dia 1º

Foto: Alexandre Durão / Globoesporte.com

Reviravolta no caso Vagner Love. Os três torcedores que estavam presos por agredirem o atacante do Palmeiras em uma agência bancária no dia 1º de dezembro, foram soltos na tarde desta sexta-feira. Nélio Ferreira e Silva, Maxsuel Santana Pereira e Deivison Correia Carvalho haviam sido detidos por crime de segregação racial , que previa reclusão de um a três anos.

Eles foram soltos porque o juiz que analisou o caso não aceitou a queixa de racismo. Eles foram indiciados por agressão, pagaram fiança e responderão o processo em liberdade.

Informado pela reportagem do GLOBOESPORTE.COM da liberação dos agressores, o advogado do Palmeiras, André Sica, diz que o clube continuará trabalhando em conjunto com o Ministério Público para que o trio seja punido. Vale lembrar que, para casos de agressão, a pena é revertida para serviços comunitários ou pagamento de cestas básicas.

– O Palmeiras agora não pode tomar mais nenhuma atitude, o caso está em uma instância superior. Vamos fazer o que for possível para que a justiça seja feita – disse.

O promotor do Ministério Público, Paulo Castilho, disse que agora o caso será resolvido no Jecrim – Juizado Especial Criminal.

– A minha posição é que os três sejam afastados por dois anos dos estádios de futebol. No dia em que o Palmeiras for jogar, eles precisarão se apresentar na delegacia. Com isso, eles ficariam longe de novas confusões. Vou propor isso ao promotor que pegar o caso e ver o que vai acontecer – afirmou.

Relembre o caso

No dia 1º de dezembro, o atacante, pouco antes do treino que aconteceria à tarde, foi a uma agência bancária localizada na avenida Antártica, na Zona Oeste da Capital. Um ambulante, que preferiu não se identificar, disse que, na saída do local, o camisa 9 do Verdão foi abordado pelos três torcedores, que questionaram seu desempenho em campo: “E aí, negão? Vai fazer gol ou não?”. Ainda de acordo com a testemunha, o jogador teria, então, chamado os torcedores para a briga e trocado socos e pontapés com eles.

Temendo ser novo alvo dos fanáticos, o goleiro Marcos, que estava na agência bancária, ficou do lado de dentro e chamou seguranças do clube, que apartaram a confusão. Segundo um vigilante da agência, os três entraram em um carro preto e ameaçaram o jogador de morte: ‘Vamos voltar e te pegar na bala’.

Love, que chegou a ter a roupa rasgada, os descreveu a policiais, que conseguiram localizá-los na rua Barão do Bananal, próximo ao local do incidente. Eles foram levados para o 23º DP de Perdizes e transferidos para a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decrad), no Centro de São Paulo, onde são tratadas questões que envolvem torcidas organizadas.

Fonte: Globo Esporte

+ sobre o tema

“Identidade” e as subcamadas do racismo: O que é ser negro/negra?

Você é capaz de identificar todas as subcamadas que...

Zara no Ceará: vendedores de outras lojas de varejo confirmam uso de código para ‘clientes suspeitos’

"Comparecer ao setor infantil", "Vendedor X, corredor 8", "Atenção,...

Brasil será avaliado pela ONU quanto à eliminação da discriminação racial

O Brasil passará por uma avaliação da Organização das...

para lembrar

Blackface na torcida também é racismo

A caracterização de pessoas negras de forma estereotipada, geralmente...

Universidade opressora, não passará e nem calará – Por Stephanie Ribeiro

Única mulher, negra e bolsista da PUC-Campinas no curso...

Companhia japonesa se desculpa por ocidentais ‘loiros e narigudos’

Geralmente são os japoneses que são vítimas de...
spot_imgspot_img

‘Política de morte e vingança’, diz ouvidor após PM jogar homem de ponte

Um PM foi gravado jogando um homem de uma ponte durante uma abordagem em São Paulo. O ouvidor da polícia diz que secretaria de...

Vídeo mostra policial militar executando sobrinho do rapper Eduardo Taddeo pelas costas

O rapper Eduardo Taddeo divulgou, nesta segunda-feira (2), novas imagens do assassinato de seu sobrinho, Gabriel Renan da Silva Soares, em uma unidade do mercado Oxxo, na...

Massacre de Paraisópolis completa cinco anos sem punições

O Massacre de Paraisópolis completa cinco anos neste domingo (1º), sem a definição de uma pena para os responsáveis pela morte de nove jovens...
-+=