Lula anuncia criação de universidade para estudantes africanos e brasileiros

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou hoje a criação de uma universidade para estudantes brasileiros e de nações de língua portuguesa da África.


O presidente fez o anúncio em uma cerimônia na qual sancionou o Estatuto de Igualdade Racial, que em seus 65 artigos define um novo marco jurídico de direitos para a população afrodescendente.

 

Entre outros assuntos, o estatuto determina que o Governo deve facilitar à população negra o acesso a créditos para habitação, e inclui diversas medidas para promover a ascensão social dos descendentes dos escravos africanos que chegaram durante a colonização portuguesa.

 

O estatuto contempla, além disso, uma série de ações para preservar a cultura e até esportes praticados pela população negra, como a capoeira.

 

Lula disse que o estatuto e a criação da universidade fazem parte da “dívida histórica” que o país tem com o continente africano e com os escravos que chegaram ao Brasil, onde “nem sequer a abolição da escravidão lhes garantiu o exercício pleno da cidadania”.

 

O líder disse que a Universidade Federal da Integração Luso-Afro-Brasileira (Unilab) começará a funcionar no próximo ano na cidade de Fortaleza, que foi “a primeira a abolir a escravidão”, cinco anos antes da aprovação da lei que a extinguiu definitivamente em 1888.

 

A Unilab terá inicialmente 2,5 mil alunos brasileiros e outros 2,5 mil procedentes de nações africanas de língua portuguesa, que poderão cursar Enfermagem, Agronomia, Administração Pública, Ciências Naturais, Matemática e Engenharia em Energia.

 

No futuro o projeto também prevê a oferta de educação a distância, dirigida a todos os países lusófonos da África.

 

Em seu discurso, Lula reafirmou a aposta que seu Governo fez nas relações com a África, às que deu caráter de “política de Estado”, necessárias, segundo disse, para pagar “uma dívida histórica” que tem mais de quatro séculos.

 

O presidente explicou que desde que chegou ao poder os laços diplomáticos com os países da África foram reforçados no mesmo ritmo que a troca econômico, que passou de US$ 5 bilhões há oito anos para US$ 26 bilhões em 2009.

 

Lula lembrou que, desde janeiro de 2003, visitou 27 países africanos, “mais que todos os presidentes da história do Brasil juntos”, afirmou.

 

A criação da Unilab faz parte de um projeto “integral” de aproximação do Brasil com os países da África que, além disso, foram o ponto de partida de um programa de internacionalização do canal público TVBrasil, que iniciou suas transmissões para o continente em maio.

 

 

Fonte: Terra

+ sobre o tema

Salve Zumbi e João Cândido, o mestre sala dos mares

Por Olívia Santana   Há 15 anos, após uma grande marcha...

Olimpíadas de Tóquio devem ser novo marca na luta por igualdade

Os Jogos Olímpicos da Cidade do México, em 1968,...

Lei 13.019: um novo capítulo na história da democracia brasileira

Nota pública da Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais...

para lembrar

PSDB e PMDB perdem prefeituras; PT, PSD e PSB ganham peso

O PSDB saiu menor das urnas, em comparação...

Em prédio novo, escola de SP não possui itens básicos para estudar.

Prédio novo também continha sobras de material de construção...

Jessé Souza: Escravidão é o que define sociedade brasileira

Reescrever a história dominante de que a corrupção é...

Haddad tem 49%, e Serra, 33%, diz Ibope

O Ibope divulgou, nesta quarta-feira (17), a segunda pesquisa de intenção...

Fim da saída temporária apenas favorece facções

Relatado por Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o Senado Federal aprovou projeto de lei que põe fim à saída temporária de presos em datas comemorativas. O líder do governo na Casa, Jaques Wagner (PT-BA),...

Morre o político Luiz Alberto, sem ver o PT priorizar o combate ao racismo

Morreu na manhã desta quarta (13) o ex-deputado federal Luiz Alberto (PT-BA), 70. Ele teve um infarto. Passou mal na madrugada e chegou a ser...

Equidade só na rampa

Quando o secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, perguntou "quem indica o procurador-geral da República? (...) O povo, através do seu...
-+=