Lula diz que resultados de sua gestão “justificam um governo de continuidade”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, em um encontro na noite de ontem com cerca de 300 empresários, a candidatura da ex-ministra Dilma Rousseff (PT). Segundo ele, Dilma é a pessoa mais competente e leal que conheceu em 64 anos de vida, 30 dedicados à política. Acompanhado da ex-ministra, na sede da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), o presidente fez um balanço do seu governo listando os principais programas e as medidas que, segundo ele, deram soberania ao país. Lula citou resultados e lembrou números “que justificam um governo de continuidade”.

O presidente disse que é preciso uma maior discussão sobre a reforma tributária, “não se é baixa ou é alta mas se está cumprindo a função para a qual ela existe” e criticou o Congresso Nacional por não ter votado as propostas de reforma já enviadas.

“Em abril de 2004, levei junto com 27 governadores uma proposta de política tributária para o Congresso Nacional que era unânime no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, no meio das lideranças políticas e ela não foi votada. O [ministro da Fazenda], Guido Mantega, há dois anos, construiu uma outra proposta que era unânime entre governadores, empresários, dirigentes sindicais e setores do Congresso Nacional e ela também não foi votada”, disse aos empresários.

“A verdade é que, quando chega dentro do Congresso, as forças que publicamente querem a reforma tributária, intrinsecamente não querem, porque cada um quer resolver o seu problema e não o problema do país”, enfatizou Lula.

O presidente destacou o aumento no crédito para investimentos. Segundo ele, o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ampliou o volume de empréstimos de R$ 39 bilhões no primeiro ano de seu governo para R$ 139 bilhões no ano passado. “Em 2003, esse país inteiro tinha R$ 381 bilhões de crédito. Hoje, tem R$ 1,6 trilhão em crédito. Era um país capitalista que não tinha capital, que não tinha crédito, financiamento. Precisou entrar um metalúrgico socialista para transformar esse país em um país capitalista”, disse.

O pagamento da dívida externa foi descrito em detalhes por Lula, que o considerou determinante para a retomada dos investimentos. O presidente recordou que entre 1950 e 1980 o Brasil cresceu acima de 7% ao ano, entretanto, a teoria de que era preciso primeiro deixar o bolo crescer para depois repartir, hoje não funciona mais.

“Não existe mágica em economia. É como administrar uma casa, se tem um bife ele deve ser dividido entre toda a família”, disse o presidente Lula ressaltando que Dilma foi sua “gerente”, a responsável por executar o programa de governo.

Fonte: Correio Brasiliense 

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