Lula diz que só políticas sociais podem melhorar a vida dos mais pobres

Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje (10/5), diante de autoridades de países africanos, que graças à execução de várias políticas sociais no Brasil a qualidade de vida dos mais pobres melhorou. Segundo Lula, por meio da aplicação de tecnologias adequadas para o aprimoramento da agricultora e priorizando o combate à fome, além de criar possibilidades para que os mais pobres tenham acesso às linhas de crédito, o país amplia sua capacidade de desenvolvimento e superação de crise.

 

De acordo com ele, foram os mais pobres das regiões Norte e Nordeste do Brasil que permitiram ao Brasil superar os efeitos da crise econômica mundial. “Foi a capacidade de consumo dos pobres que fez a economia brasileira resistir à crise dos países ricos. Os pobres do Norte e Nordeste consumiram mais. As classe D e E do Norte e Nordeste consumiram mais do que as classes A e B do Sul [do Brasil]”, afirmou.

 

O presidente participa da Reunião Diálogo Brasil-África sobre Segurança Alimentar, Combate à Fome e Desenvolvimento Rural, no Itamaraty. Antes de discursar, Lula recebeu o prêmio Campeão do Mundo na Batalha Contra a Fome concedido pelo Programa Alimentar Mundial (PAM), vinculado à Organização das Nações Unidas.

 

Lula destacou ainda que a demora em pôr ideias em prática leva a prejuízos incalculáveis. Segundo o presidente, quem sente fome não tem condições de esperar ajuda. “Muitas vezes a gente toma decisões e até concretizar as coisas leva muito tempo. Para quem está com fome e precisa comer as proteínas necessárias, [a espera pelo tempo] é interminável. E, às vezes a ajuda não chega a tempo de as pessoas sobreviverem”, disse ele.

 

Para o presidente, os dirigentes precisam se comprometer mais com os esforços para o combate a fome no mundo como um todo.

 

Segundo o presidente, em geral, os políticos depois de eleitos esquecem os pobres porque quem os cerca são os ricos. “Normalmente somos eleitos pelos mais pobres, mas, quando [os políticos] ganham as eleições, quem tem acesso aos gabinetes não são os mais pobres, são os mais ricos. Normalmente o orçamento é feito para aquelas pessoas que já estão organizadas. E, quando a gente vai ver, não sobra nada para quem não tem sindicato nem direito a protestar.”

 

 

Fonte: Correio Braziliense

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