Mais de 7 milhões de profissionais precisarão de recapacitação nos próximos três anos, revela estudo

A pesquisa feita com CEOs em todo mundo também mostra que tempo para treinar profissionais em uma nova habilidade aumentou 10 vezes em apenas quatro anos

Do Administradores.com

TAN QINGJU SOUTHERN METROPOLIS DAILY/ GETTY IMAGES

 

Nos próximos três anos, 120 milhões de trabalhadores nas 10 maiores economias do mundo precisarão de recapacitação profissional como resultado do impacto da utilização de Inteligência Artificial e Automação Inteligente no mercado de trabalho. É o que aponta o mais recente estudo do Institute for Business Value (IBV) da IBM. No Brasil, 7,2 milhões de profissionais terão que ser treinados em novas habilidades.

A pesquisa global, realizada com 5.670 CEOs de 48 países, indica que apenas 41% deles afirmam ter as pessoas, habilidades e recursos necessários para executar suas estratégias de negócios e que cerca de metade dos entrevistados admite não ter nenhum plano de desenvolvimento de habilidades para reverter o problema. Segundo o estudo, o tempo investido para capacitar um profissional em uma nova habilidade aumentou 10 vezes em apenas 4 anos. Em 2014, no Brasil, o tempo de treinamento necessário era de 4 dias; em 2018, o tempo gasto foi de 40 dias.

Novas aptidões estão surgindo rapidamente, enquanto outras estão se tornando obsoletas. O estudo do IBV destaca que, em 2016, os executivos classificaram como habilidades críticas para o Brasil “capacidade de se comunicar efetivamente em um contexto de negócios” e “Recursos técnicos CTEM – ciência, tecnologia, engenharia e matemática”. Já em 2018, as duas principais habilidades procuradas foram as comportamentais, chamadas também de soft skills, “gerenciamento de tempo e capacidade de priorizar” e “disposição de ser flexível, ágil e adaptável às mudanças”.

“Todos os principais avanços tecnológicos mudaram a maneira como as pessoas trabalham e o mercado profissional”, explica Christiane Berlinck, diretora de Recursos Humanos da IBM Brasil. “Por isso, o desenvolvimento de habilidades, tanto técnicas quanto comportamentais, precisa estar alinhado às decisões de negócios da alta liderança. Acreditamos que formar uma força de trabalho para competir na era da inteligência artificial é uma discussão tanto sobre cultura quanto sobre tecnologia”.

Por onde as empresas podem começar?

O estudo do IBV apresenta um passo a passo da estratégia que as empresas devem seguir para promover os talentos e reduzir a lacuna de habilidades. A principal recomendação é adotar uma abordagem holística voltada para a qualificação da força de trabalho por meio de um desenvolvimento multimodal, personalizado e baseado em dados. Isso significa criar jornadas educacionais para os funcionários de acordo com seu nível de experiência atual, habilidades, função e aspirações de carreira.

A pesquisa mostra que as empresas devem usar analytics e inteligência artificial para prever e inferir quais habilidades estão disponíveis em toda a organização e compartilhar essas informações de forma transparente com os funcionários para impulsionar uma cultura de aprendizado contínuo.

Para impulsionar essas jornadas, o estudo indica que as empresas devem aproveitar um ecossistema de parceiros para expandir seu acesso ao conteúdo, alavancar tecnologias inovadoras de aprendizado e, até mesmo, compartilhar talentos qualificados além das fronteiras organizacionais. Os dados ressaltam ainda a importância do aprendizado experiencial, em parceria, com equipes ágeis e com habilidades heterogêneas, atividades práticas, sala de aula tradicional e também aprendizado online.

“Apesar de reconhecerem o problema de escassez de habilidades, metade dos líderes pesquisados ainda não tem uma estratégia para endereçá-lo. Hoje, temos novas formas de recrutar, reter e desenvolver nossos talentos graças a tecnologias emergentes como analytics e inteligência artificial. A área de Recursos Humanos precisa estar conectada a essas tendências e recorrer cada vez mais a elas para ser um agente de transformação para os negócios da empresa”, complementa Christiane Berlinck, diretora de Recursos Humanos da IBM Brasil.

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