Mais do que curtir

 

Por Fernanda Pompeu

Curtir é uma recado legítimo. Uma forma simples e imediata de interação nas redes sociais e nos portais. Funciona como um afago de sim. De uma certa maneira, esse verbo substitui ogostei das gerações mais velhas, ou o adjetivo bacana das mais antigas ainda.

Porém só curtir não é suficiente para fazer a roda da comunicação coletiva girar. Porque a curtição é tão somente um aceno positivo de cabeça. Quem posta, gosta mesmo é do comentário e do compartilhamento. Pois aí temos a possibilidade do diálogo 

Se você é do tipo que defende suas ideias com ardor, comentar é uma chance de influenciar as outras pessoas. Todo mundo gosta de influenciar, de trazer o interlocutor para perto daquilo que pensamos do mundo e da vida. Faz parte da nossa natureza social. 

Mas se você é do tipo que comenta com pedras nas mãos, com língua ferina, seguindo um manual de ofensas, sua chance de influenciar e de expressar seu ponto de vista chegará perto de zero.

O ofendido fará de tudo para não ouvir o discurso de quem o ofendeu. Essa verdade é muito mais velha que a internet. Ela deve ter começado quando a gente morava nas cavernas. E nem tínhamos inventado o fogo e o verbo.

A fúria é um sentimento legítimo, mas ela morre em si mesma. Não transforma nadinha de nada. Pior ainda, ela fecha portas e janelas. O exemplo mais comum de fúria é desautorizar não a mensagem em si, mas o sujeito que a postou.

Aqui, na coluna Mente Aberta do Yahoo, às vezes, leio comentários que não me ajudam a mudar em nada. Tipos: estava bêbada quando escreveu, é puro blablabávolta para a escolanem sabe portuguêstem que internar, entre outros piores.

Eu leio e me pergunto: por que este comentarista não me diz o que o desagradou na crônica? Adoraria saber suas razões. Com certeza elas existem. Mas eu preciso conhecê-las para, ao menos, pensar sobre elas. Sem a explicitação da crítica, eu fico sozinha. No escuro.

Já quando o comentarista argumenta o porquê de ter gostado, ou detestado a crônica, ele me empurra para cima. Me ajuda a melhorar na próxima. Nessa ocasião, o leitor funciona como uma lamparina inspirando a telinha do meu computador.

 

Fonte: Yahoo!

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