Manaus registra 13 casos de racismo no primeiro semestre, diz Polícia Civil

Além da discriminação racial, são enquadrados na lei os crimes contra os grupos étnicos, LGBTQ+, pessoas com deficiência, além da intolerância religiosa

Do A Crítica 

Imagem Geledés

Manaus registrou entre janeiro e junho deste ano, 13 casos de denúncias pelo crime de racismo, de acordo com um levantamento divulgado nesta quarta (14), pela Delegacia Especializada em Ordem e Política Social (Deops).  Em vigor há três décadas, a Lei 7.716/1989, estabelece punições aos crimes resultantes de preconceito, agressão, intimidação, difamação e exposição de um grupo por conta de sua raça, cor, sexualidade, etnia e religião.

Titular da Deops, a delegada Catarina Torres explica que, além da discriminação racial, podem ser enquadradas na lei de racismo atos que ofendam outros grupos étnicos, LGBTQ+, pessoas com deficiência, além da intolerância religiosa. A pena prevista é de um a três anos de reclusão e multa.

“É bom que traga testemunha porque, às vezes, o acusador diz o que aconteceu e o acusado nega tudo – o que é normal. Trazendo uma testemunha, isso já irá respaldar e, com uma maior tranquilidade, dar materialidade à acusação da vítima. Caso haja provas, podem também ser apresentadas na hora da denúncia. Mas na ausência delas, a testemunha é importante”, explicou Torres.

As infrações podem ser cometidas de diversas formas, seja por comentários, disseminação de imagens estereotipadas e difamatórias, entre outras ações depreciativas.

Crime inafiançável

O crime de racismo é inafiançável e imprescritível, ou seja, a vítima pode fazer a denúncia mesmo anos após ter sofrido a discriminação. Já a injúria racial, segundo a delegada, ocorre quando a ofensa é movida pelo “ódio e antipatia dirigida diretamente à honra da pessoa”. Ou seja, quando ela é tratada de forma pejorativa. Este crime consta no artigo 140 do Código Penal, sendo afiançável. O acusado pode pagar uma multa e responder em liberdade. A pena também é de um a três anos de prisão.

Denúncias 

A Deops fica no prédio da Delegacia-Geral da Polícia Civil, localizada na avenida Pedro Teixeira, no bairro Dom Pedro, Zona Centro-Oeste da capital, em frente ao Centro de Convenções Professor Gilberto Mestrinho – Sambódromo de Manaus. A unidade funciona no horário comercial, das 8h às 18h. O contato telefônico é o (92) 3214-2268.

+ sobre o tema

Netflix, black power e o racismo implícito em nós

Kendrick Lamar no Grammy 2016. #OscarSoWhite. #BlackLivesMatter. Beyoncé no...

Ser homem e negro é um rascunho inconcluso e constante

"I'm gonna be the best me..." (da música "I'm...

Brancos, eu disse não!

Uma pergunta precisa ser respondida: Por que os brancos...

para lembrar

Baleado 6 vezes, motoboy sobrevive e acusa PMs de atentado

Homem foi atingido no peito, ombros e cabeça enquanto...

‘Avisa para baixar o volume do cabelo’: Justiça do Trabalho tem mais de 22 mil ações de racismo

O racismo enfrentado por empregados em seus locais de trabalho já...

Ex-líder da KKK teve relações com homem negro

    Frazier Glenn Miller, ex-líder...
spot_imgspot_img

A natureza se impõe

Mundo afora, sobram sinais — de preocupantes a desesperadores — de fenômenos climáticos. Durante a semana, brasileiras e brasileiros em largas porções do território,...

Criminalização e Resistência: Carla Akotirene e Cidinha da Silva discutem racismo institucional no Sesc 24 de Maio 

No dia 16 de outubro, quarta-feira, às 19h, o Sesc 24 de Maio promove o bate-papo Criminalização, encarceramento em massa e resistência ao punitivismo...

Violência política mais que dobra na eleição de 2024

Foi surpreendente a votação obtida em São Paulo por um candidato a prefeito que explicitou a violência física em debates televisionados. Provocações que resultaram...
-+=