Matéria sobre lobby gay no banco do Vaticano é 1º escândalo do papa

  

Às vésperas da visita do papa Francisco ao Brasil, a Santa Sé vive o primeiro escândalo do pontificado, com a revelação de uma revista italiana do lobby gay presente no banco do Vaticano. A acusação é de que a pessoa escolhida por ele para liderar a reforma no Instituto para as Obras de Religião (IOR), a instituição financeira da Santa Sé, levou por anos uma vida dupla como diplomata no Uruguai.

A revelação coube ao experiente jornalista da revista L’Espresso Sandro Magister. Os relatos sobre o monsenhor d. Battista Mario Salvatore Ricca surgem repletos de escândalos sexuais. Apesar de ser religioso e ocupar o cargo de núncio apostólico, teria oferecido trabalho e casa a um capitão da Guarda Suíça, com quem mantinha um caso. Com frequência seria visto em bares com ele e até chegou a ser espancado.

A Santa Sé desmentiu a publicação, mas a revelação fez surgir comentários dentro do Vaticano de que o vazamento da inreligiosoformação já faz parte de um contra-ataque das alas mais conservadoras da Igreja – profundamente irritadas com as atitudes do novo papa. A publicação ainda sai às vésperas de sua primeira viagem internacional.

 

Ricca foi nomeado para servir como representante de Francisco no Banco do Vaticano, instituição que se deseja reformar de forma dramática, diante dos escândalos recentes de lavagem de dinheiro e corrupção. O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, afirmou que a reportagem “não tem credibilidade” e Ricca continua tendo a confiança total do papa. Nesta sexta-feira mesmo, a revista rebateu a crítica, alertando que as fontes são seguras e o Vaticano tem até documentos sobre o caso. De açodo com a revista, o caso já foi avaliado pela administração da Santa Sé e se sugeriu que o monsenhor fosse removido do Uruguai – o religioso seguiu para Trinidad e Tobago e o capitão acabou demitido.

O relato

Antes de assumir o posto no IOR, Ricca atuou como diretor das Residências do Vaticano. O diplomata viveu no Uruguai no fim dos anos 1990 até o início da década seguinte.

O companheiro dele seria o capitão do Exército suíço Patrick Haari. Ricca até conseguiu que o parceiro fosse transferido para fazer a segurança da mesma embaixada onde serviria.

Mas os escândalos iriam além. Em Montevidéu, o religioso teria sido espancado em um bar gay, tendo de telefonar para religiosos locais para que o resgatassem. Ele ainda chegou a ficar preso com “um jovem” em um elevador durante toda uma noite. A revista poupa Francisco, alegando que esses incidentes foram retirados dos arquivos de Ricca e o papa não havia sido informado disso tudo ao nomeá-lo para o cargo há um mês.Na mesma época, o pontífice teria admitido em um encontro com bispos a existência do “lobby gay” dentro do Vaticano, lamentando essa realidade. As informações são do jornal “O Estado de S.Paulo”.

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