Maternidade é acusada de racismo após texto sobre alisamento

Uma maternidade de São Paulo é acusada de racismo por comunidades negras por conta de um texto publicado em seu blog a respeito do alisamento de cabelo entre crianças. Sob o título “Minha filha tem o cabelo muito crespo. A partir de qual idade posso alisá-lo?”, o texto do Hospital e Maternidade Santa Joana abordava o que fazer em relação às “muitas crianças (que) nascem com os cabelos crespos ou rebeldes demais”. Segundo o texto, muitas mães recorrem ao alisamento “para deixarem as crianças mais bonitas”, sugerindo que não se use formol de jeito nenhum e que “há opções de escovas que podem ser feitas nas meninas de pouca idade sem causar danos”. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

“É a forma sutil com que o racismo aparece, não nas intenções, mas na prática”, afirmou o advogado Sílvio Luiz de Almeida, presidente do Instituto Luiz Gama, que atua na defesa de negros, minorias e direitos humanos. “É não reconhecer uma característica que é natural dos afrodescendentes, considerando o cabelo como algo indesejado, inferior. Eles podem até dizer que só estão respondendo a uma pergunta, mas estão reproduzindo práticas racistas”, criticou. Um casal negro desistiu de ter o filho na maternidade por conta do texto. Ederson Manoel e Daiana Alencar da Silva, grávida de seis meses, haviam visitado o Santa Joana para avaliar a possibilidade de ela dar à luz no local. Por algum motivo, o nome dele foi marcado no post “Cabelinho crespo! Incentivar ou alisar?” que o hospital publicou no Facebook. “Fiquei completamente incomodado com isso. O que eles estão dizendo é: ‘Tenha vergonha do seu cabelo crespo'”, queixou-se Manoel. Em nota, o hospital disse que “não foi de sua intenção ofender qualquer pessoa” e que o texto tinha finalidade “puramente informativa, com o intuito de orientar as mães no que diz respeito à utilização de produtos químicos em crianças, de acordo com as normas da Anvisa”.

Meu cabelo, o racismo e o mito da caverna

Deixem meu cabelo em paz 

Cabelo oprimido é um teto para o cérebro – Alice Walker 

 

Fonte: Terra

+ sobre o tema

Engenheiro preso por suspeita de racismo nega ofensas, diz advogado

Fonte: G1 - Segurança de escola afirma ter sido...

Peregun não me perca

Se o candidato da violência ganhar, para mim, nenhum xirê...

Quem se apropria culturalmente é a indústria. As pessoas só contribuem

E acredito que entender isso é um ponto super...

para lembrar

“Orelha’ do Munanga e o racismo à brasileira

Por: MARTINIANO J. SILVA   Não sei se...

‘200+20’: ‘Temos que ensinar esta nação a ser antirracista’, diz Ana Flávia Magalhães Pinto

Em “Escritos de liberdade”, livro de 2018, a historiadora...

A carne mais barata no Carrefour

Eis a imagem: um casal negro encostado a uma...

Marcus Orione: Modelo paulista, simulacro de inclusão social

O modelo paulista de cotas universitárias é bom? NÃO...
spot_imgspot_img

Cinco mulheres quilombolas foram mortas desde caso Mãe Bernadete, diz pesquisa

Cinco mulheres quilombolas foram mortas no Brasil desde o assassinato de Bernadete Pacífico, conhecida como Mãe Bernadete, em agosto do ano passado. Ela era uma das...

Independência forjou nação, mas Brasil mantém lugares sociais de quem manda

Em pleno dia em que celebramos a independência do Brasil, vale questionarmos: quem somos enquanto nação? A quem cabe algum direito de fazer do...

Os outros

O que caracteriza um movimento identitário é a negação de princípios universais somada à afirmação de um grupo de identidade como essencialmente diferente dos "outros" e...
-+=