Mauro Ricardo diz que INFELIZMENTE não há mais Pelourinho para cobrar dívidas

Mauro Ricardo, homem de Serra, e atualmente secretário da Fazenda da Prefeitura de Salvador na gestão ACM Neto, deu uma entrevista, na noite de ontem, no programa Se Liga Bocão, da Rádio Itapoan FM da Bahia, para defender o aumento do IPTU na cidade e criticar a inadimplência baiana. Entre outras coisas disse:

“Antigamente se botava as pessoas no pelourinho pra poder pagar as suas dívidas. INFELIZMENTE hoje não é mais assim. Hoje é a Justiça. É a Justiça quem define e o prazo é o prazo estabelecido pela Justiça.”

Você pode ouvir o áudio no pé da matéria.

Segundo a oposição de Salvador, em alguns casos o aumento do IPTU na cidade chega a 1.000%. É o maior aumento do país. A OAB local entrou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) contra o aumento.

Para quem não sabe quem é Mauro Ricardo vale uma breve explicação. É homem de carreira em gestões públicas do PSDB e trabalhou nos governos de FHC e Aécio e mais recentemente nas gestões Serra e Kassab na prefeitura de São Paulo. Foi no seu período à frente da Secretaria de Finanças da cidade que a máfia do ISS, desbaratada na gestão Haddad, nadou de braçadas.

Num dos telefonemas grampeados da máfia,  Ronilson Bezerra, um dos fiscais presos por conta do roubo que pode ser de mais de 500 milhões, disse a seguinte frase.

É um absurdo. Paula, tinha que chamar o secretário e o prefeito também, você não acha? Chama o secretário e o prefeito que eu trabalhei. Eles tinham ciência de tudo.”,

Há claros indícios de que ele se referia a Kassab e a Mauro Ricardo.

O pelourinho a que Mauro Ricardo se refere é um poste de madeira ou de pedra, com argolas de ferro,  onde praticamente apenas negros eram amarrados e chicoteados em praça pública.

Pra dizer o mínimo, Mauro Ricardo prefere açoites ao invés de Justiça. E provavelmente principalmente para negros e pobres que devem ser a ampla maioria dos inadimplentes que não têm condições de pagar o abusivo imposto que ele quer impor Salvador com o aval do grande ACM Neto.

Segue o áudio:

+ sobre o tema

Mais de 6 mil crianças são resgatadas do trabalho infantil em 2 anos

Entre 2023 e abril de 2025, 6.372 crianças e...

Crescimento de umbanda e candomblé reflete combate à intolerância

O número de adeptos de religiões afro-brasileiras, como umbanda...

Caso Miguel completa 5 anos: mãe critica lentidão da Justiça

A próxima terça-feira (dia 10) será mais um dia...

Transição energética não pode repetir injustiças históricas

Cá entre nós, no Brasil, o modelo de desenvolvimento...

para lembrar

Texto exemplar da Juíza Federal Raquel Domingues do Amaral

"Sabem do que são feitos os direitos, meus jovens? no...

As 10 mentiras mais contadas sobre os indígenas

As afirmações listadas abaixo foram extraídas da vida real....

Frequência afetiva, qual é a sua?

Dias desses mandei um inbox parabenizando uma amiga querida...

Política: O que é ser esquerda, direita, liberal e conservador?

Nas eleições presidenciais e estaduais de 2014, o Brasil...

Meninas mães passam de 14 mil e só 1,1% tiveram acesso a aborto legal

Quase 14 mil meninas de 10 a 14 anos de idade tiveram filhos no Brasil em 2023, e apenas 154 tiveram acesso ao aborto...

5 fatos que marcaram a atuação política de Pepe Mujica na presidência do Uruguai 

Pepe Mujica viveu até os 89 anos de idade e marcou a política latino-americana com suas ações em prol de causas populares e em...

INSS notificará beneficiários vítimas de descontos a partir de terça

A partir desta terça-feira (13), os aposentados e pensionistas que sofreram descontos em seus benefícios por meio de associações irão receber uma notificação do Instituto Nacional do...
Geledés Instituto da Mulher Negra
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.