Meninos vítimas de racismo em hipermercado reconhecem mais um segurança suspeito de agressão

Outro funcionário do Extra já havia sido reconhecido em maio deste ano

Dois dos três garotos agredidos e vítimas de racismo dentro de uma unidade do Hipermercado Extra, na zona norte de São Paulo, reconheceram na delegacia mais um segurança suspeito dos abusos. O caso ocorreu em janeiro deste ano.

De acordo com a Polícia Civil, cinco envolvidos na agressão aos garotos foram convocados ao 10º Distrito Policial (Penha) para serem reconhecidos pelas vítimas. Destas, apenas um segurança foi reconhecido pelos meninos M. e W., de 13 e 14 anos, respectivamente.

O advogado Dojival Vieira, que defende o garoto T., de 11 anos, que não compareceu ao reconhecimento, diz que os garotos deram detalhes de como ocorreram os abusos.

-Eles relataram que na fila, dois meninos foram retirados da fila. O T., que já tinha saído da fila com as coisas que comprou [salgadinho, bolacha e refrigerante], com a nota fiscal na mão, também teve de acompanhar os amigos. Todos foram para uma sala e os maiores receberam tapas nos genitais e no peito.

Vieira também relata que os meninos tiveram de tirar a camisa e abaixar as bermudas, enquanto eram ameaçados com uma faca. Durante a ação, um dos meninos foi chamado de “negrinho sujo e fedido”.

O advogado diz que as crianças disseram que há mais um segurança envolvido, que não teve a ficha encaminhada pelo Grupo Pão de Açúcar, como foi feito com os demais.

Um dos seguranças suspeito da agressão foi reconhecido pela vítima T. em maio. O garoto, que à época tinha dez anos, foi indenizado em R$ 260 mil. Os outros dois meninos não foram contemplados.

O caso

Um garoto de dez anos foi constrangido por seguranças dentro do hipermercado no dia 13 de janeiro. O menino foi apontado pelos seguranças como suspeito por furtar mercadorias do estabelecimento.

A criança contou ao pai que um dos seguranças do Hipermercado Extra a levou para uma sala onde estavam outros dois meninos e três seguranças. Ele relatou que foi obrigado, junto a dois colegas, a baixar as calças e a levantar as camisetas.

Um dos seguranças pegou um canivete e passou a encostar nos garotos, disse Diogenes Silva, pai do menino. Os funcionários também foram acusados de bater com um papelão na mesa para amedrontar os meninos. Em seguida, os garotos foram liberados.

Fonte: R7

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