Por: Thiago Guimarãe
Tema foi abordado em entrevista que ela concedeu ao ‘Jornal Nacional’.
Presidenciável deixou PT em 2009. Nesta quarta, ela visitou projeto em SP.
A candidata do PV à Presidência, Marina Silva, afirmou nesta quarta-feira (11), que o escândalo do mensalão foi resultado de erros de uma ‘minoria’ dentro do PT, partido que deixou em agosto de 2009 por divergências em relação à política ambiental do governo Luiz Inácio Lula da Silva.
Instada a detalhar os motivos de sua permanência no partido durante o escândalo, em 2005, tema abordado na terça-feira (10), durante entrevista da candidata ao Jornal Nacional, Marina negou “conivência” com as supostas irregularidades que hoje são julgadas no STF.
“Eu não participei de nenhum ato ilícito e conheço milhares de pessoas que não participaram. Não é porque eu sou candidata que eu vou fazer um discurso de conveniência”, afirmou Marina, para quem não se pode “fazer uma generalização com todas as pessoas” sobre o episódio.
A senadora afirmou que sua saída do Ministério do Meio Ambiente, em 2008, e do PT, no ano seguinte, tiveram a mesma razão: divergências sobre o rumo da política ambiental do governo.
Nesta quarta, ela visitou pela manhã a sede do instituto Pivi (Projeto de Incentivo à Vida), na zona norte de São Paulo.
Mantida por doações, a unidade abriga cerca de 95 crianças em situação de risco e oferece atividades terapêuticas e educativas.
Marina assistiu a uma apresentação de aula de judô e defendeu a ação do Estado no acompanhamento de resultados de iniciativas da sociedade civil para atendimento a crianças e adolescentes.
“É fundamental o estabelecimento de parcerias, com o acompanhamento do Estado, em relação ao resultado do trabalho, para que, cada vez mais, as instituições filantrópicas possam dar um serviço de qualidade, porque o maior capital que eles têm é essa dedicação, pessoas que voluntariamente dedicam a sua vida”, declarou. Para a candidata do PV, iniciativas como a do instituto Pivi denunciam a ausência do estado.
Almoço com empresários
Após a visita ao projeto social, Marina participou de almoço na Amcham (Câmara Americana de Comércio), na Zona Sul da capital paulista.
No almoço, que teve cardápio com ingredientes orgânicos, Marina dividiu mesa com seu candidato a vice, Guilherme Leal, com Ricardo Young, candidato ao Senado pelo PV em São Paulo, com o presidente da DuPont América Latina, Eduardo Wanick, com o diretor de finanças da Odebrecht, Álvaro Novis, e dirigentes da Amcham.
Em exposição aos empresários, reconheceu feitos dos governos Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, mas disse que os ganhos não podem ser usados para “justificar fracassos”.
“Não existe salvador da pátria, não existe messias para nos salvar”, disse, ao defender a ênfase em educação, visão estratégica e profissionalização da máquina pública.
Questionada pelos presentes sobre propostas para reduzir gargalos de produtividade e elevar a eficiência do Estado, a candidata do PV preferiu reafirmar conceitos centrais de sua campanha, como a prioridade em educação.
Durante sua exposição, Marina voltou a defender a realização da reforma tributária no país. Depois, foi questionada pelo G1 se concordava com a mudança da cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no destino ao invés de na origem, tema que encontra resistência entre os estados e que dificultou iniciativas anteriores de reforma. A candidata respondeu que não se comprometeria com propostas pontuais, mas com princípios de simplificação, transparência e justiça tributária.
Fonte: G1