Metalúrgicas da BA discutem políticas de combate ao racismo e situação da mulher trabalhadora

A Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos da Bahia (Fetim-BA) e sindicatos de base organizaram no dia 8 de janeiro, em parceria com a Federação Interestadual de Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil (FitMetal), uma reunião para discutir e sistematizar as políticas sindicais para as mulheres, com promoção da igualdade e de combate ao racismo. 

A reunião foi aberta por Aurino Pedreira, presidente da Fetim-BA, que destacou a importância da sistematização das políticas para mulheres com o objetivo de alcançar um novo patamar de participação e de conquistas para o gênero. 

Coordenaram a reunião as dirigentes da FitMetal Eremi Melo (secretária de Formação), Raimunda Leone (secretária da Mulher) e Mônica Custódio (Combate ao Racismo). 

Durante o encontro Eremi Melo lembrou que os negros e as mulheres são a maioria no mundo do trabalho, mas que ainda representam a parcela de trabalhadores mais discriminados. A secretária de Formação afirmou ainda que a Federação vem desenvolvendo seu papel de levar o discurso para a prática por tratar os temas de forma transversal. 

“Nós trabalhamos por um novo projeto nacional de desenvolvimento e é fundamental mudar esta realidade de ainda existir discriminação contra mulher. E imagine ainda ser mulher, negra e operária?”, afirmou. “Nós precisamos integrar essas políticas, que são chamadas de políticas de minorias, mas que, em tese, são das maiorias, para dar maior visibilidade as problemáticas e alcançar o respeito da sociedade”, concluiu Eremi Melo. 

Everaldo Vieira, secretário de Combate ao Racismo da Fetim-BA, ressaltou que essa discussão é importante para pautar as políticas e ações da secretaria no Estado para promover uma discussão ampliada junto aos trabalhadores negros e negras sobre os seus direitos. “Nós vamos iniciar o ano de 2013 com mais garra, mais energia, mais vontade, com uma grande equipe para fazer um trabalho diferenciado para a classe trabalhadora da Bahia com apoio da FitMetal e da Fetim”, afirmou. 

“A Secretaria de Combate ao Racismo foi criada para estruturar formas de combater a discriminação no chão de fábrica, uma característica da própria exploração capitalista, e do próprio trabalhador que desconhece a importância do povo negro e dos trabalhadores negros no mercado de trabalho. Ela tem como objetivo educar, orientar, fazer ações, dialogar com os trabalhadores sobre a política de combater o racismo”, lembra Vieira. 

Para a secretária da Mulher, Raimunda Leone,  a realidade da mulher trabalhadora metalúrgica é igual em todo Brasil. “Elas sofrem discriminação, assédio moral, assédio sexual”. Para Raimunda, é importante que os sindicatos se empenhem em defender os direitos das mulheres. “Essa reunião tem o objetivo organizar , conscientizar as mulheres e os homens também, que precisam estar alinhados nesta luta. A partir dessa organização, nós vamos avançar nas lutas e conquistas dos direitos das trabalhadoras”, avalia. Para ela, essa construção coletiva de uma proposta de sistematização de política sindical é de suma importância, pois “várias cabeças pensam melhor do que uma só.” 

Fonte: Sindicato Metalúrgicos Simões Filho 

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