Metrô de SP vai aumentar velocidade de escada rolante

Fonte: Folha de São Paulo
Por Alencar Izidoro

Estações terão novos equipamentos de 15% a 50% mais rápidos que os atuais

Velocidade de 0,75 m/s é a máxima aceita por norma técnica; passageiros devem economizar tempo, mas há risco maior de acidentes

 

O deslocamento dos passageiros dentro das estações do metrô em São Paulo ficará mais rápido: as próximas escadas rolantes da rede serão entre 15% e 50% mais velozes que as atuais.

A nova velocidade para a subida -de 0,75 metros por segundo- é a máxima admitida pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).

Ela já está valendo na estação Alto do Ipiranga, inaugurada há dois anos, e será adotada nos próximos meses nas 61 escadas rolantes compradas para a linha 2-verde (Paulista). No futuro, deve atingir toda a malha.

Hoje, as demais estações do metrô têm escadas rolantes com velocidades fixas de 0,5 ou de 0,65 metros por segundo.

A mudança deve acelerar a retirada dos passageiros nas paradas mais superlotadas.

“Ela pode desafogar as plataformas”, avalia José Geraldo Baião, da Associação de Engenheiros e Arquitetos de Metrô.

Para os usuários, os principais efeitos são: a economia de tempo (de até dez minutos durante um mês para quem usa duas escadas rolantes por dia); e os riscos de haver mais incidentes ou acidentes, principalmente com idosos e crianças.

Especialistas ouvidos pela Folha não manifestam contrariedade com a decisão do Metrô -até porque ela respeita as normas técnicas de segurança. Mas ressalvam para a necessidade de implantar a medida com cuidado -observando as reações dos passageiros.

“É óbvio que uma velocidade maior agrava as consequências de uma queda. Mas acredito que não seja uma diferença tão problemática”, diz Eduardo Daros, presidente da Associação Brasileira de Pedestres.

Para ele, é fundamental a disponibilidade de elevadores nessas estações -não só para deficientes como para que os idosos tenham uma alternativa. O Metrô diz que todas da linha 2-verde estão equipadas.

Francisco Valente, coordenador de uma comissão da ABNT que trata do tema, diz que esse patamar de até 0,75 m/s nas escadas rolantes também é adotado na Europa. Na Rússia, afirma, são até mais velozes, enquanto nos EUA e no Canadá não passa de 0,5 m/s -“por tradição”, avalia ele.

“Nas primeiras estações de metrô, as escadas rolantes tinham velocidade mais baixa até para as pessoas se acostumarem com a novidade”, diz.

Nos equipamentos mais antigos, como num acesso da Sé, a velocidade ainda é de 0,5 m/s, similar ao ritmo de uma pessoa subindo uma escada a pé.

O gerente de operações do Metrô, Wilmar Fratini, diz que as novas escadas rolantes são resultado da “evolução tecnológica”, já que permitem programações variadas de velocidade. Elas têm sensores para ficar mais devagar e economizar energia nos momentos em que não há nenhum passageiro.

Segundo Fratini, a nova velocidade de subida será adotada em todas as próximas estações. Na linha 2-verde, cinco paradas antigas também ganharão 13 novas escadas rolantes mais velozes no começo de 2010 -Ana Rosa, Trianon/Masp, Brigadeiro, Consolação e Clínicas. Nas outras, a mudança será conforme a necessidade de reposição dos equipamentos.

 

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Metrô registra 2 acidentes por dia em escada rolante

Número está em queda e, segundo a companhia, 90% das ocorrências são leves

Empresa diz ser possível adotar velocidade mais alta nos equipamentos com segurança e em condição de conforto dos passageiros

O Metrô de São Paulo registra quase dois acidentes por dia com passageiros nas escadas rolantes de toda a sua rede.
Mas a quantidade de casos vem caindo nos últimos anos e, segundo a empresa, 90% deles são de pequena gravidade -como tropeções e quedas sem qualquer ferimento relevante.

A média dessas ocorrências por milhão de usuários transportados, que era de 0,81 em 2007, está neste ano em 0,69.
O Metrô afirma que os testes realizados mostraram ser possível adotar a velocidade de 0,75 metros por segundo nas escadas rolantes “com segurança” e mantendo uma condição de conforto aos passageiros.

O gerente de operações do Metrô, Wilmar Fratini, afirma que os incidentes caíram após a instalação de pequenas escovas laterais nos degraus -para impedir que alguém prenda os cadarços dos sapatos ou as roupas nos vãos das escadas.
Também foram realizadas campanhas educativas sobre como se comportar nas escadas rolantes. Entre as dicas: utilizar os corrimãos como apoio e se manter do lado direito do degrau para dar passagem para quem estiver com pressa -e quiser seguir pela esquerda.

Um funcionário do Metrô relatou à reportagem que, nos últimos anos, um acidente considerado relevante ocorreu devido à inversão repentina na trajetória de uma escada rolante -que provocou a queda dos passageiros, um dos quais obteve indenização na Justiça.

 

Fluxo

A velocidade de 0,75 m/s nas novas escadas rolantes deve permitir um fluxo de até 13.500 passageiros por hora, 50% mais do que os 9.000 por hora nos equipamentos com 0,5 m/s.

O Metrô cita Londres, Paris e Madri como exemplo de redes que também estão adotando esse patamar mais veloz nas estações mais novas. “É um padrão moderno. O usuário quer a viagem cada vez mais rápida”, defende Wilmar Fratini.

O aumento da velocidade foi pensado inicialmente para a Alto do Ipiranga devido às peculiaridades da estação, como a existência de quatro níveis de escada até chegar à plataforma.

O total de escadas rolantes em toda a rede do metrô é hoje de 456, mas há quatro estações que não possuem os equipamentos até hoje: Santa Cecília, Parada Inglesa, Jardim São Paulo e Tucuruvi. A companhia alega que, nesses casos, há um desnível pequeno para a subida dos degraus -e que todas têm elevadores para deficientes.

As linhas 2-verde, 3-vermelha e 5-lilás têm elevadores em todas as estações, mas as condições de acessibilidade ainda são restritas na linha 1-azul, a mais antiga do sistema. Luz e Sé, por exemplo, que estão entre as mais movimentadas, só têm elevadores nas plataformas, e não nos acessos (que, segundo a companhia, estão em fase de instalação). (ALENCAR IZIDORO)

 

 

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