Mia Couto: Situação em Moçambique “é apocalíptica”

O número de mortos em Moçambique não pára de subir na sequência do ciclone Idai. Ao JN, o escritor Mia Couto descreve o drama que atinge o país.

Por Ivo Neto, do JN

 Mia Couto, homem idoso branco, em pé pousando para foto.
Foto: Leonardo Negrão/Global Imagens

Como descreve a situação que se vive atualmente na região da Beira?

A situação é apocalíptica. Mas começa a haver sinais de resposta. A ajuda está a chegar e os residentes estão a dar os primeiros passos para reconstruir a cidade e refazer as condições imediatas para sobreviverem. A situação mais grave agora é aquela que se vive na periferia da cidade e nas regiões vizinhas do Buzi e Dondo.

Qual é o maior risco que as populações correm neste momento?

Para alguns é o risco da sobrevivência imediata. Ainda há muita gente em cima de ruínas, de telhados e de árvores à espera de socorro. Estão assim há mais de três dias. Muita gente está a desfalecer de fome, de sede e sem abrigo.

O que mais necessitam as populações locais?

De tudo. Há milhares de pessoas que têm apenas a roupa que está no corpo. Muitas já se encontram em abrigos construídos para este efeito.

Como avalia a resposta internacional? O país está a receber ajuda humanitária?

No geral, sim. É estranho que alguns países irmãos, que são da mesma língua e história, não tenham feito nada.

E os meios locais. Têm capacidade para responder a uma catástrofe desta natureza?

Não existe capacidade interna para uma tragédia desta magnitude. A ajuda a Moçambique tem que ser bem mais do que aquela que provem do voluntariado. É preciso alguma coisa à escala de governos e das Nações Unidas.

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