Há emoção nos comícios de Michelle Obama a favor de Hillary Clinton. Um antídoto contra a acusação de frieza que normalmente envolve a candidata democrata para a Casa Branca. A primeira-dama tenta compensar essa percepção de Clinton, e se tornou uma das principais armas do Partido Democrata contra o republicano Donald Trump e na conquista de eleitores. Descreve as eleições como um momento chave na história dos Estados Unidos e apela, com uma linguagem simples e direta, especialmente aos jovens, que levaram às vitórias de seu marido, o presidente Barack Obama, e são mais relutantes com a candidata democrata.
Por Joan Faus Do El País
Michelle Obama atacou Trump na quinta-feira mantendo as acusações pelo uso de linguagem machista e tocar em mulheres sem consentimento. Em um comício em Manchester (New Hampshire), pediu que os eleitores digam “chega” a um tratamento “intolerável” de Trump com as mulheres ao afirmar que “não é algo normal” e é também “um insulto” a todos os “homens decentes”.
“Posso dizer que os homens na minha vida não falam assim sobre as mulheres e sei que a minha família não é exceção”, disse referindo-se ao argumento do republicano de que são “linguagem de vestiário” suas palavras machistas em um vídeo de 2005 divulgado na semana passada. “Nenhuma mulher merece ser tratada assim”, acrescentou.
Em caso de vitória em novembro, Clinton se tornaria a primeira presidenta mulher da história dos Estados Unidos. Na convenção democrata em julho, Michelle Obama fez uma forte defesa da ex-secretária de Estado e ex-primeira-dama em um dos discursos mais aplaudidos no encontro do partido.
“Enquanto nossas mães e avós muitas vezes não tinham o poder de mudar suas circunstâncias, hoje nós, como mulheres, temos todo o poder que precisamos para determinar o resultado desta eleição”, disse Obama na quinta-feira. “Temos conhecimento. Temos uma escolha. Temos um voto”.
Trump também tenta ganhar o voto feminino com aparições de sua filha Ivanka, que se apresenta como modelo de mulher jovem de sucesso. Ivanka participou na quinta-feira de uma mesa redonda na Pensilvânia, mas não abordou as acusações machistas contra seu pai. Mas além dessas tentativas, Trump concentra sua campanha em mobilizar o homem branco descontente.
As pesquisas entre o voto feminino são muito desfavoráveis ao republicano, o que certamente vai piorar com os escândalos descobertos nos últimos dias. A publicação Five Thirty Eight, famosa por suas projeções eleitorais, prevê que, se apenas as mulheres votassem em novembro, Clinton iria ganhar 450 dos 538 votos eleitorais, vencendo em mais de 40 dos 50 estados. Quem conseguir 270 votos, ganha a eleição. No entanto, se apenas os homens votassem, Trump ganharia 350 dos 538 votos.